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Segunda safra de pimentas cultivadas na ISS quebra dois recordes

Segunda safra de pimentas cultivadas na ISS quebra dois recordes

A segunda safra de pimentas cultivadas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) quebrou dois recordes. O primeiro, como o experimento com plantas mais longo já conduzido no laboratório espacial e, o segundo, por ser a colheita a alimentar a maioria dos astronautas da ISS.

O experimento envolvendo a pimenta Hatch Green Chile, chamado Plant Habitat-04, foi conduzido durante 137 dias no Advanced Plant Habitat (APH) da ISS. Os astronautas, que não esperavam quebrar nenhum recorde, colheram 26 pimentas.

As plantas foram cultivadas no Advanced Plant Habitat da ISS (Imagem: Reprodução/NASA)

A colheita, na verdade, teve um atraso de 17 dias em relação ao ponto de maturação das mesmas pimentas cultivadas na Terra como referência. No entanto, isso já era esperado, uma vez que na ISS as plantas estão sob as condições de microgravidade.

O principal investigador da pesquisa, Matt Romeyn, disse que o PH-04 impulsionou o estado da arte na produção de safras espaciais de forma significativa. As 48 sementes chegaram a ISS em junho deste ano e o esperado era que elas crescessem em até 130 dias.

Pimentais espaciais

A primeira safra cultivada na ISS foi colhida em outubro deste ano, quando os astronautas fizeram um delicioso taco com elas a bordo da estação. Já o segundo experimento, envolveu a remoção de algumas plantas germinadas para que as quatro restantes tivessem espaço suficiente para o desenvolvimento.

Os quatro pés de pimentas cultivadas durante 137 dias no segundo experimento (Imagem: Reprodução/NASA)

A astronauta Kayla Barron revelou que as pimentas foram usadas mais uma vez na “noite do taco” na ISS. Segundo Romeyn, algumas pimentas estavam mais picantes que outras. “Dado o efeito desconhecido que a microgravidade poderia ter nos níveis de capsaicina das pimentas”, acrescentou.

A equipe do Kennedy Space Center da NASA espera cultivar outras plantas, como tomates-anões e novos tipos de folhas verdes. Romeyn também comentou que apesar dos desafios: “este experimento foi uma demonstração de grande sucesso de que estamos no caminho certo para a produção de culturas espaciais”.

O astronauta Raja Chari, da Expedição 66, com um taco preparado com a segunda colheita das pimentas da ISS (Imagem: Reprodução/NASA)

Quando as pimentas do experimento retornarem à Terra, elas passarão por uma análise mais aprofundada e os resultados ajudarão a entender os efeitos da microgravidade na cultura de plantas no espaço.

O principal objetivo das pesquisas com plantas na ISS é alcançar uma produção viável, sustentável, mas também nutritiva para as futuras missões tripuladas de longa duração, seja para Marte ou Lua.