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Saiba como adaptar a casa para um pet idoso

Saiba como adaptar a casa para um pet idoso

Seja em casa ou apartamento, algumas mudanças são fundamentais para que o animal possa viver de forma saudável

Assim como os seres humanos, os pets precisam de atenção diferenciada conforme a idade avança. Quando idosos, os animais de estimação apresentam algumas dificuldades de mobilidade e outras questões de saúde, que fazem com que os tutores precisem adequar a residência para zelar pelo bem-estar do bichinho.

Saiba como adaptar a casa para um pet idoso (Foto: Getty Images)
 (Foto: Getty Images)

Caso você não saiba como identificar se o seu amigo de quatro patas já está na velhice, a médica veterinária Alessandra de Farias, da DrogaVET, ensina como observar o desenvolvimento do animal: “No caso dos cães, tudo vai depender do porte. Um animal pequeno, ou seja, com até 10 kg, é considerado sênior entre sete e dez anos e torna-se paciente geriátrico a partir dos 11,5 anos. Já os cães de porte grande ou gigante, atingem a senioridade entre seis e oito anos e são considerados geriátricos a partir dos nove anos. Os felinos, por outro lado, são considerados idosos a partir dos sete anos”, explica.

Além disso, a especialista conta que os sinais visuais também são válidos para que você possa se certificar que o pet é idoso. Alguns deles são: o aparecimento de pelos grisalhos, mais sensibilidade a temperaturas intensas (muito calor ou muito frio), queda na frequência das brincadeiras e dificuldades de locomoção. Quando se trata especificamente dos gatos, pode haver a redução dos saltos para chegar em pontos mais altos e confusões mentais.

Adaptações que devem ser feitas em casa

Para que o seu bichinho aproveite a velhice de maneira tranquila, a veterinária da DogHero, Stella Figueiredo, listou algumas alterações fáceis de fazer na residência e que vão facilitar a rotina do animal.

1. Cuidado com as escadas

Cachorros podem cair e se machucar ao tentar subir ou descer os degraus. “Por esse motivo, o ideal é que o tutor bloqueie a passagem com portões específicos e só permita a utilização quando alguém estiver presente para auxiliar o pet. Na hora de dormir, o ideal é colocar caminha no andar em que ficam os quartos e não se esquecer de disponibilizar um tapete higiênico próximo ao local, para não acordar com uma ‘surpresa’ no meio do caminho”, diz.

Ela acrescenta que você pode deixar um bebedouro no pavimento em que o bicho vai dormir caso ele sinta sede durante à noite. “Ao amanhecer, deixe o pet no andar em que ele costuma ficar e, se você precisar se ausentar do local, não se esqueça de fechar todos os portões para não permitir a passagem.”

2. Evite pisos lisos

Na fase jovem, os pets não costumam demonstrar tantos problemas com lugares escorregadios, mas, quando envelhecem, podem cair com mais facilidade e sentir dores quando andam, sentam ou levantam, pois precisam fazer um esforço muito maior do que antes. “Além da probabilidade de causar acidentes, a longo prazo o piso escorregadio pode prejudicar as articulações do cão ou gato, principalmente, se ele for de porte grande.”

Para evitar desconfortos no animal, também aposte em tapetes com fitas antiderrapantes na parte inferior. Em corredores – locais onde os pets costumam correr com mais frequência – invista em passadeiras, no estilo carpete. “Você pode considerar ainda as meias antiderrapantes ou até mesmo calçados apropriados para a faixa etária”, sugere a veterinária.

Saiba como adaptar a casa para um pet idoso (Foto: Getty Images)
(Foto: Getty Images)

3. Mantenha o ambiente aconchegante

Mesmo que alguns pets percam a audição com o passar do tempo, evite fazer muito barulho dentro de casa, já que isso pode incomodá-los bastante. Ademais, fique atento à temperatura do ambiente, porque, às vezes, os animais têm dificuldade de regular a temperatura corporal. “Ofereça sempre lugares quentinhos em períodos mais frios e, em dias quentes, se não for possível o uso do ar-condicionado, abra todas as janelas e ofereça tapetes gelados para seu filho de quatro patas poder se refrescar.”

4. Verifique os móveis

Os pets idosos podem gostar de ficar junto dos seus pais humanos, seja assistindo a um filme no sofá ou até mesmo dormindo na cama. O problema é que, muitas vezes, esses móveis são altos e demandam um esforço grande para o pet subir, sobrecarregando as articulações. “Sendo assim, invista em escadinhas e rampas próprias para animais, que garantem a segurança no acesso a esses lugares. O ideal é que o tutor tenha uma para cada móvel”, ressalta Stella.

Se o animalzinho dormir na cama com você, coloque ainda proteções nas laterais para evitar quedas. Outro ponto importante é que os bichos com a visão prejudicada podem esbarrar facilmente em quinas de móveis. “Por segurança, faça um isolamento macio com espumas ou pedaços de panos em lugares potencialmente perigosos.”

Quanto aos pertences dos bichinhos, evite trocá-los, já que a modificação pode fazer com que eles se sintam perdidos e tenham alterações comportamentais. “Todavia, uma vez que a mudança for inevitável, tente realizá-la de forma gradativa e ajudando o pet durante o processo”, orienta a profissional.

Dicas extras

A médica veterinária Priscila Brabec, gerente de produtos da Avert Saúde Animal, salienta que a constância também é primordial quando se trata horário de alimentação e de passeios. “Manter os hábitos é muito importante, ainda que os passeios durem menos tempo e o ato de comer seja mais lento, pois a sequência dos acontecimentos diários promove sensação de segurança ao pet. Eu recomendo que você tenha momentos de brincadeiras com ele, estimule a mente do seu cão com brinquedos interativos e demonstre carinho. Envelhecer é um processo natural, que requer o dobro de doses de amor, carinho e paciência.”

Saiba como adaptar a casa para um pet idoso (Foto: Reprodução/ Instagram/ @clogatissima)
Uma boa dica é usar comedouros e bebedouros na altura do cotovelo do pet. Os potes elevados ajudam os pets que têm problema na coluna ou articulações, além de facilitarem a digestão (Foto: Reprodução/ Instagram/ @clogatissima)

Para que as adaptações sejam eficazes, descanso não pode faltar! “É perceptível que os animais idosos dormem mais. Por isso, ter mais de uma caminha pela casa pode fazer toda a diferença. Mantenha algumas opções para o relaxamento do pet nos ambientes em que ele mais frequenta, possibilitando que ele participe da rotina da casa e conviva com seus moradores, mesmo quando precisa recarregar as energias”, destaca Priscila.