Anchor Deezer Spotify

Restam apenas 50 anos para impedir que o gelo da Groenlândia derreta

Restam apenas 50 anos para impedir que o gelo da Groenlândia derreta

Se as emissões de dióxido de carbono chegarem ao total de mil gigatoneladas — o dobro do que já foi emitido até hoje — nos próximos 50 anos, é possível que grande parte da camada de gelo da Groenlândia derreta nos próximos 10 mil anos. O alerta vem de um estudo liderado por Dennis Höning, do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático, na Alemanha.

Para o estudo, Höning e seus colegas trabalharam com modelos que representam como os diferentes níveis de emissões de carbono neste século podem afetar a camada de gelo na Groenlândia nos próximos 10 mil anos. O modelo adotado levou em conta também as fontes naturais do gás e “bolsões” que o contêm, como pântanos e oceanos.

Eles descobriram dois pontos de não-retorno (ou pontos de inflexão) a partir dos quais o derretimento acelera conforme o gelo recua para altitudes menores, onde é mais quente. O primeiro ponto pode ocorrer com emissões de carbono cumulativas de mil gigatoneladas, fazendo com que a porção sul do gelo derreta neste período, o que aumentaria o nível do mar em 1,5 m.

As emissões de dióxido de carbono podem causar derretimento de grandes partes do gelo da Groenlândia (Imagem: Reprodução/bilanol/envato)

O modelo também indica que, se a leva inicial de emissões chegar a 2.500 gigatoneladas de carbono, a maior parte da camada seria derretida durante o período e faria com que o nível do mar sofresse um aumento de 6,9 m.

Alexander Robinson, da Universidade de Madri, na Espanha, alerta que este e outros estudos anteriores sobre a questão deixam claro que a Groenlândia está provavelmente em perigo. “Reduzir as emissões de carbono mais cedo irá ajudar a garantir que a camada congelada da Groenlândia continue estável no futuro”, disse.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Geophysical Research Letters.