Anchor Deezer Spotify

Quatro sintomas que indicam que o pet está com verme

Quatro sintomas que indicam que o pet está com verme

No Março Azul Marinho, mês de conscientização sobre verminose, veterinários detalham os principais sintomas da doença e indicam como preveni-la

Quando alguém decide cuidar de um filhote de cão ou gato, uma das primeiras orientações recebidas pelos médicos-veterinários é sobre a vermifugação do animal. A medida é uma forma de evitar a verminose, doença que, se não tratada, pode resultar em prejuízos para a saúde dos pets e também para os humanos. Mas você sabe quais sinais indicam que o bicho pode estar com verme?

Segundo a médica-veterinária Larissa Zanaroli, especialista em clínica médica de cães e gatos, quando o assunto é verminose, os sintomas mais comuns são os gastrointestinais.

“Por parasitarem em sua maioria o trato gastrointestinal, podem causar lesões celulares no estômago e intestino, levando à sintomatologia relacionada a estes órgãos.”

A seguir, confira os principais sintomas que indicam que o pet está com verme:

1. Diarreia
De acordo com médicos-veterinários, a diarreia é um dos sinais mais comuns de verminose.

“Ela é provocada por um quadro inflamatório do intestino e/ou pelo aumento do trânsito gastrointestinal, com a intenção de expulsar os parasitas. A inflamação pode ser aguda e autolimitante, ou até mesmo evoluir para crônica”, explica o médico-veterinário Rafael Borges, especialista em clínica médica do hospital Vet Popular.

2. Fraqueza e perda de peso
Fraqueza, apatia e perda de peso são outros sintomas recorrentes de verminose. Eles ocorrem, segundo Rafael, por conta da menor absorção de nutrientes.

“Com o aumento do trânsito das fezes pelo intestino, os nutrientes que seriam normalmente absorvidos pela parede da mucosa intestinal acabam sendo dispensados. Com isso, o animal pode apresentar fraqueza, falta de energia e perda de peso.”

3. Anemia
A anemia é outro sintoma que pode aparecer, isso porque alguns vermes se alimentam do sangue dos animais.

“Caso o parasita seja hematófago (se alimente de sangue), ele irá se ligar à mucosa da parede intestinal e provocará anemia pela perda, por parte do hospedeiro, das células sanguíneas conhecidas como hemácias. A quantidade de parasitas no animal é o que definirá se a anemia será leve, moderada ou acentuada. Inclusive, podendo acarretar perda sanguínea nas fezes”, comenta Rafael.

4. Vômito e náuseas
Tão comum quanto a diarreia, o vômito também pode ocorrer por conta da verminose, especialmente quando a carga parasitária está alta, conforme explica a médica-veterinária Bruna Stafoche, professora no hospital veterinário da Universidade Anhembi Morumbi.

“Os parasitas causam intensa inflamação do intestino, gerando desconforto abdominal e aumento do peristaltismo (movimento dos músculos que formam o tubo digestório), que justifica cólicas, náusea e vômitos. Isso pode, inclusive, causar obstrução intestinal a depender do grau de infestação”, ressalta Bruna.

Verminose é a doença causada por um parasita, popularmente chamado de verme, que se instala e sobrevive dentro de um hospedeiro, causando prejuízos ao organismo parasitado — Foto: Pixabay/ Csaba Nagy/ Crative Commons

Verminose é a doença causada por um parasita, popularmente chamado de verme, que se instala e sobrevive dentro de um hospedeiro, causando prejuízos ao organismo parasitado — Foto: Pixabay/ Csaba Nagy/ Crative Commons

Verminose

Segundo Rafael, verminose é a doença causada por um parasita, popularmente chamado de verme. Ele se instala e sobrevive em um hospedeiro, provocando prejuízos ao organismo parasitado.

Geralmente, a infecção ocorre nos intestinos, mas também pode acometer outros órgãos, como fígado, pulmão, rins, coração e pele.

Dentre as verminoses mais comuns estão as causadas pelo Ancylostoma spp. (ancilostomose), o Toxocara spp. (toxocaríase) e o Dipylidium caninum (tênias). Este último, destaca Bruna, é muito comum e ocorre devido à ingestão de pulgas contaminadas.

Contaminação e prevenção

A ingestão de alimentos ou objetos contaminados por ovos e cistos de parasitas são as principais maneiras de contaminação dos pets, pois, segundo Larissa, costumam ingerir grama, terra e por vezes até as fezes de outros bichos.

“Em locais de aglomeração de animais, como creche e hotéis, é preciso se certificar que o local realiza coleta de amostras de fezes frequentes para análise de microorganismos que possam contaminar o ambiente. É necessário também uma higienização correta do espaço, para prevenir infestações”, comenta a especialista.

A prevenção individual também é importante e deve ser feita, na opinião dos profissionais, por meio da manutenção da boa saúde do pet.

“Manter o animal saudável e cuidar, principalmente, do seu intestino, visto que ele é o principal responsável pela produção das células imunitárias do organismo, é uma maneira de prevenção. Fazemos isso por meio da oferta de alimentos de boa qualidade, além de evitar os excessos de químicos que o animal ingira ou tenha contato”, recomenda Larissa.

A vermifugação, conforme orientação dos veterinários, também é importante. Contudo, alerta Bruna, sozinha ela não é capaz de manter os pets livres das verminoses:

“Os vermífugos têm ação curativa e não preventiva, ou seja, ao administrá-los ao pet, os possíveis vermes que estão naquele momento parasitando o animal serão eliminados. Porém, se o animal ingerir novas larvas após o uso do medicamento, não estará protegido.”

A profissional destaca a importância da realização do exame de fezes, pelo menos uma vez ao ano, e acrescenta que é possível prevenir o dipylidium por meio do uso regular de antipulgas adequado para a espécie e porte do animal.

Já a dirofilariose, conhecida como do verme do coração, pode ser prevenida com a administração de antiparasitário específico, sob orientação de médico-veterinário, já que para algumas raças de cães, como border collies e pastor de shetland, seu uso é contra-indicado, pois podem causar intoxicação.