Diferentes formas de radiação ocorrem naturalmente na Terra, enquanto outras são produzidas pela tecnologia moderna. Embora a radiação possa ser benéfica em diversas áreas, o que inclui tomografias e raios X, ela deve ser adequadamente controlada.

Até mesmo a luz solar, a radiação mais importante para a manutenção da vida humana, pode ser prejudicial em quantidades excessivas.

Como medir os efeitos da radiação?

Dosímetro (aparelho de medição de radiação ionizante). Foto: Oleg0/Freepik
Dosímetro (aparelho de medição de radiação ionizante). Oleg0/Freepik

Quando a radiação tem muita energia, ela começa a afetar os átomos das células vivas e danifica o material genético (DNA), recebendo o nome de radiação ionizante.

A radioatividade, radiação ionizante liberada por um material radioativo, é medida em becquerels (Bq) – quanto maior o número, maior a radiação liberada pelo material – e o risco da exposição à radioatividade é determinado pelo cálculo da dose efetiva, expressa em uma unidade chamada sievert (Sv).

Para a maioria das situações, e ao considerar os efeitos tardios, é mais comum medir as doses de radiação recebidas pelas pessoas em microsieverts (μSv), um milionésimo de sievert, ou milisievert (mSv), um milésimo de Sievert que corresponde a 0,1 rem.

Tomografia. Accuray/Unsplash
Tomografia. Accuray/Unsplash

Nos EUA, a dose média recebida em 3 anos de exposição à radiação natural é de aproximadamente 1 rem. Para fins de comparação, uma tomografia do corpo inteiro resulta em uma dose de 10 mSv (1 rem), enquanto a dose de um único raio X no tórax é de 0,02 mSv (0,002 rem).

Quais os efeitos da radiação em nosso organismo?

São vários os fatores que determinam os possíveis efeitos à saúde da exposição à radioatividade, entre eles o tipo de radiação (Alfa, Beta, Gama e Raio-x), a quantidade de energia depositada no corpo, a capacidade daquela radiação de danificar o tecido humano e quais órgãos são afetados.

A exposição a baixos níveis de radiação encontrados no ambiente não causa efeitos imediatos à saúde, mas contribui pouco para o risco geral de câncer. Isso ocorre porque as células do nosso corpo são extremamente eficientes no reparo de danos ao DNA, mas se o dano não for tratado corretamente, a célula pode morrer ou, eventualmente, tornar-se cancerosa.

Marie Curie, cientista polonesa que morreu aos 66 anos por complicações causadas pela exposição prolongada à radiação em seu trabalho. Corbis Historical/GettyImages
Marie Curie, cientista polonesa que morreu aos 66 anos por complicações causadas pela exposição prolongada à radiação em seu trabalho. Corbis Historical/GettyImages

A exposição a níveis muito altos de radiação pode causar efeitos agudos à saúde, como queimaduras na pele e síndrome da radiação. Os efeitos de longo prazo incluem câncer e doenças cardiovasculares. Como mencionado antes, quanto mais energia for absorvida pelas células, maior será o dano biológico:

0,05 – 0,2  (Sv) Possíveis efeitos tardios, possíveis danos cromossômicos.
0,2 – 1 Redução temporária dos glóbulos brancos.
1 – 2 Síndrome aguda da radiação em poucas horas: náusea, vômito, vômito com sangue, diarreia, fadiga; redução da resistência a infecções.
2 – 3 Síndrome aguda da radiação e hemorragia; essa exposição é uma dose letal para 10 a 35% da população após 30 dias.
3 – 4 Síndrome aguda da radiação, destruição da medula óssea e do intestino; dose letal para 50-70% da população após 30 dias.
4 – 10 Síndrome aguda da radiação e morte precoce; dose letal para 60-95% da população após 30 dias.
10 – 50 Síndrome aguda da radiação e morte precoce em poucos dias;

Como as células cerebrais não se reproduzem, elas não serão danificadas diretamente, a menos que a exposição seja de 50 Sv ou mais. O mesmo ocorre com o coração, a radiação mata as células nervosas e os pequenos vasos sanguíneos, podendo causar convulsões, insuficiência cardíaca e morte.

Quais os efeitos da radiação no meio ambiente?

Os materiais radioativos liberados no meio ambiente não afetam exclusivamente os seres humanos, pois podem contaminar o ar, a água, as superfícies, o solo, as plantas, os edifícios e os animais.

Os recursos de água doce, a água subterrânea e correntes oceânicas podem carregar partículas radioativas, fenômeno que pode durar centenas ou até milhares de anos. Isso significa que a radioatividade produzida pelo homem, como a das bombas nucleares, pode ser espalhada pelas forças da natureza e contaminar uma área maior do que o esperado.

Nuvem de cogumelo, explosão nuclear. Three Lions/GettyImages
Nuvem de cogumelo, explosão nuclear. Three Lions/GettyImages

Grandes incêndios também podem ampliar os danos e espalhar partículas radioativas para além do local da explosão, levando à erosão do solo e ao esgotamento de nutrientes. Entre as consequências de longo prazo estão a mortalidade, mutações ou extinção de várias espécies, e o comprometimento da capacidade das espécies de se reproduzir e desempenhar seus papeis na natureza.

Nesse cenário, como o clima, a água e o solo são afetados, a segurança e a escassez de alimentos se tornam um grande problema também para os seres humanos – portanto, as consequências diretas de uma explosão nuclear serão a fome generalizada e grandes áreas de ecossistemas inabitáveis.