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Primeiro caso de conjuntivite ligado à varíola de macacos é registrado

Primeiro caso de conjuntivite ligado à varíola de macacos é registrado

O hospital especializado em oftalmologia H.Olhos, de São Paulo, identificou, na semana passada, o primeiro caso de conjuntivite viral comprovadamente relacionada à varíola de macacos, a monkeypox. De acordo com nota divulgada pela instituição, a inflamação da conjuntiva ocular é uma das muitas “manifestações clínicas incomuns” observadas em 20% dos diagnosticados com a doença zoonótica.

Segundo o chefe do Pronto-Socorro do H.Olhos, Pedro Antônio Nogueira Filho, o fato de o Brasil ser o terceiro país do mundo em número de casos confirmados de varíola de macacos faz com que as ocorrências de conjuntivite e edema das pálpebras já ultrapassem “a suposição de evento raro e exigem um diagnóstico diferenciado.

conjuntiviteA conjuntivite é uma inflamação dos olhos, que pode ser causada por alergias, vírus ou bactérias (crédito: Shutterstock)

Nogueira Filho explica que os aspectos incomuns do atual surto da monkeypox são, primeiramente, a sua rápida disseminação global, prioritariamente entre homens com idade entre 18 e 44 anos. Em segundo lugar, devido aos sintomas: a doença tem se disseminado entre pessoas antes que elas percebam que estão infectadas.

Como o hospital identificou o primeiro caso de varíola de macacos?

O paciente atendido pela equipe médica do Pronto-Socorro do H.Olhos é um profissional da área de saúde, de 30 anos, com sintomas de conjuntivite leve. Ao seguir o minucioso protocolo de investigação de possíveis doenças ocultas, os especialistas levantaram a hipótese de varíola, após analisar todos os sintomas do paciente: “febre e lesões vermelhas no corpo”.

Tão logo levantada a suspeita, o paciente foi encaminhado à coleta de material microbiológico dos olhos, inclusive o RT-PCR para pesquisa do vírus da monkeypox, e avaliação da variação genética. Em pouco tempo, a confirmação do diagnóstico foi feita.

“É importante alertar a população para esta causa séria e urgente. Havendo qualquer suspeita, o ideal é procurar imediatamente atendimento médico”, alerta Nogueira Filho.