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Plantas com flores resistiram à extinção em massa que matou os dinossauros

Plantas com flores resistiram à extinção em massa que matou os dinossauros

Ancestrais das orquídeas e das magnólias viveram na mesma época dos dinossauros – e foram verdadeiras sobreviventes

As flores são muito mais “duronas” do que parecem, segundo uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Bath, do Reino Unido, e da Universidade Nacional Autônoma do México. De acordo com o estudo, as angiospermas (plantas com flores) sobreviveram ao fenômeno de extinção em massa que acabou com os dinossauros – o evento K-Pg.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram a mutação de DNA nas árvores genealógicas de mais 73 mil espécies de angiospermas. Utilizando métodos complexos de estatística, eles criaram modelos de “nascimento-morte” para estimar índices de extinção através do tempo.

Com a análise de fósseis, é possível ver que muitas espécies desapareceram. Mesmo assim, as linhagens às quais elas pertencem, como famílias e ordens, sobreviveram e dominaram o mundo vegetal. Das 400 mil espécies de plantas que existem hoje, cerca de 300 mil são angiospermas.

Segundo a pesquisa, evidências moleculares sugerem que a grande maioria das famílias atuais de angiospermas já existiam na época dos dinossauros. “Depois da extinção da maioria das espécies da Terra por causa do K-Pg, angiospermas ficaram em vantagem, de maneira parecida ao que aconteceu com os mamíferos depois dos dinossauros. Agora, praticamente toda a vida na Terra depende ecologicamente das plantas com flores”, diz um dos autores do estudo, Jamie Thompson, em um comunicado da Universidade de Bath.

“As plantas com flores têm uma incrível habilidade de adaptação. Elas usam uma variedade de mecanismos de dispersão de sementes e polinização, algumas duplicaram totalmente seus genomas e outras desenvolveram novas maneiras de realizar a fotossíntese”, explica um outro autor da pesquisa, Santiago Ramírez-Barahona. “Esse ‘flower power’ é o que faz com que elas sejam as verdadeiras sobreviventes da natureza”, completa.

A pesquisa foi publicada na revista científica Biology Letters.