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Pesquisadores ajudam pequenos agricultores a gerar renda por meio de plantas e a preservar biomas brasileiros

Pesquisadores ajudam pequenos agricultores a gerar renda por meio de plantas e a preservar biomas brasileiros

Projeto ArticulaFito, desenvolvido pela Fiocruz e o Ministério da Agricultura, ajuda cerca de 600 agroextrativistas em diversos biomas brasileiros.

Pesquisadores da Fiocruz e do Ministério da Agricultura estão ajudando pequenos produtores a gerar renda e, ao mesmo tempo, preservar os biomas brasileiros.

Nas mãos de Leidejany Lopes, o cupuaçu vira chocolate em pó, em barra e em bombom. O açúcar, é da rapadura de cana. Criada no Cerrado, ela aprendeu cedo a aproveitar o que tem por perto.

“A ideia surgiu a partir da vivência que eu tive com a minha avó de fazer a bola de cacau para gente ralar no leite. E aí quando eu vi a amêndoa do cupuaçu, eu tentei comer ela, eu percebi que era possível. Que era a mesma família também do cacau”, conta a agroextrativista.

O que era uma tentativa de conseguir renda, se tornou negócio lucrativo depois que ela recebeu apoio do projeto da Fiocruz e do Ministério da Agricultura chamado “ArticulaFito”.

Cerca de 600 agroextrativistas, que vivem nos diversos biomas brasileiros, participam dele. Os pesquisadores descobriram que, pelo menos, 30 plantas podem ser usadas. É o maior mapeamento já feito no Brasil. Do Coco Babaçu, por exemplo, pode-se extrair alimentos, cosméticos e produtos de limpeza.

“Em todas as oficinas e todos os processos do projeto ArticulaFito nós temos as universidades, nós temos as instituições de assistência técnica, nós temos técnicos não é, de governo, participando e construindo esse processo”, explica a articuladora regional do projeto, Marta Barbosa.

Perto da casa da agroextrativista Míriam Correia, na Serra do Lajeado, a fartura é de Sucupira. Há cinco anos ela decidiu experimentar a planta como óleo medicinal.

“Ele é bom para articulação, problemas de ácido úrico, reumatismo, dores na coluna, hérnia de disco. Todos esses problemas de osso, ele é bom para desinflamar e sarar”, conta.

O pesquisador Ednilson da Silva diz que, além de gerar renda, o projeto ajudar na preservação ambiental, já que quem se beneficia dos frutos da terra, se torna um protetor deles.

“Os agroextrativistas, as agroextrativistas, se tornam guardiões desta grande sociobiodiversidade que a gente tem”, explica.

Os resultados do projeto estão sendo apresentados na Agrotins, a maior feira de agrotecnologia da região amazônica, que voltou a ser presencial, após dois anos no formato digital. Em 4 dias, a feira já movimentou R$ 2,5 bilhões.

Raquel Pinheiro veio do Jalapão, uma região do Tocantins que já foi chamada de ‘Corredor da Miséria’. Ela encontrou no Cerrado, o sustento.

“Nós trabalhamos com a paçoca do Baru, doce de Buriti. Nós temos o bombom, que tem o recheio de mangaba, o recheio de cupuaçu”, exalta Raquel.

“Você tem o conhecimento dos saberes tradicionais com o conhecimento científico, e isso se funde em um novo conhecimento”, completa Marta Barbosa.