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Perigo silencioso: gás de cozinha pode causar doenças como asma infantil

Perigo silencioso: gás de cozinha pode causar doenças como asma infantil

Queima do combustível em locais mal ventilados ameaça a saúde das famílias, especialmente das crianças, aponta estudo europeu. Pesquisadora compara a fumo passivo

Uma pesquisa lançada na Europa alerta para um perigo silencioso presente na maioria das cozinhas brasileiras: o uso do fogão a gás, especialmente os fornos, representa um perigo para a saúde. Em locais com pouca ventilação, a exposição ao dióxido de nitrogênio (NO2) formado pela queima do combustível fóssil é apontada como um agravante em casos de asma infantil, por exemplo.

Calcula-se que mais de 700 mil casos da doença na União Europeia (UE) no ano passado foram relacionados ao uso do gás de cozinha em casa, diz o relatório conjunto de autoria da ONG de eficiência energética CLASP, a Aliança Europeia de Saúde Pública (EPHA) e a Organização Holandesa para Pesquisa Científica Aplicada (TNO). Esse número representa cerca de 7% dos casos de asma em crianças do bloco europeu.

A crise energética provocada pela invasão russa à Ucrânia gera temor nos pesquisadores, pois neste inverno, para economizar eletricidade com aquecimento, um número maior de pessoas deve manter as casas fechadas, e portanto, mal ventiladas, destaca o portal Euronews Green.

“Poucas pessoas estão cientes dos riscos representados pelos fogões a gás – cozinhar o seu jantar pode expô-lo a tantos poluentes quanto o fumo passivo”, afirma a CEO da CLASP, Christine Egan.

A Associação Médica Americana também observou recentemente que os fogões a gás aumentam a poluição do ar doméstico, e igualmente liga esta exposição à incidência de asma infantil.

Os autores da pesquisa defendem o fim da fabricação de fogões a gás na União Europeia, passando a incentivar o uso de aparelhos elétricos para cozinhar, mas não há previsão de uma regulação de mercado neste sentido, apesar das discussões em andamento.

No Brasil, apenas no estado de São Paulo, 85% das famílias dependem de botijões de gás para cozinhar. Outros 14,7% das residências usam gás natural encanado.