Pé diabético: o que é, quais são os sintomas e como prevenir

O pé diabético é um dos sinais mais preocupantes da diabetes, ocorre em quadros mais graves da doença e pode levar à amputação do membro
O pé diabético, caracterizado pelo aparecimento de feridas de difícil cicatrização, é um dos mais preocupantes sinais da diabetes, doença crônica que consiste no aumento dos níveis de açúcar no sangue.
Feridas e machucados no pé diabético podem provocar quadros infecciosos, com inchaço, vermelhidão e dor. “O diabético tem uma deficiência imunológica, ou seja, uma redução das defesas que provoca maior suscetibilidade às infecções”, explica o cirurgião vascular Guilherme Tazbek, acrescentando que umas das complicações possíveis nestes casos é a necessidade de amputação do órgão.
Quando a diabetes não é tratada devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressãoImage Source/ Getty Images

A diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Grave e, durante boa parte do tempo, silenciosa, ela pode afetar vários órgãos do corpo, tais como: olhos, rins, nervos e coração, quando não tratadaOscar Wong/ Getty Images

A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreasmoodboard/ Getty Images
A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpoPeter Dazeley/ Getty Images
Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o malPeter Cade/ Getty Images
A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normaisMaskot/ Getty Images
Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dietaArtur Debat/ Getty Images
A diabetes gestacional acomete grávidas que, em geral, apresentam histórico familiar da doença. A resistência à insulina ocorre especialmente a partir do segundo trimestre e pode causar complicações para o bebê, como má formação, prematuridade, problemas respiratórios, entre outrosChris Beavon/ Getty Images
Além dessas, existem ainda outras formas de desenvolver a doença, apesar de raras. Algumas delas são: devido a doenças no pâncreas, defeito genético, por doenças endócrinas ou por uso de medicamentoGuido Mieth/ Getty Images
É comum também a utilização do termo pré-diabetes, que indica o aumento considerável de açúcar no sangue, mas não o suficiente para diagnosticar a doençaGSO Images/ Getty Images
Os sintomas da diabetes podem variar dependendo do tipo. No entanto, de forma geral, são: sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Histórico familiar e obesidade são fatores de riscoThanasis Zovoilis/ Getty Images
Alguns outros sinais também podem indicar a presença da doença, como saliências ósseas nos pés e insensibilidade na região, visão embaçada, presença frequente de micoses e infecçõesPeter Dazeley/ Getty Images
O diagnóstico é feito após exames de rotina, como o teste de glicemia em jejum, que mede a quantidade de glicose no sangue. Os valores de referência são: inferior a 99 mg/dL (normal), entre 100 a 125 mg/dL (pré-diabetes), acima de 126 mg/dL (Diabetes)Panyawat Boontanom / EyeEm/ Getty Images
Qualquer que seja o tipo da doença, o principal tratamento é controlar os níveis de glicose. Manter uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios ajudam a manter o peso saudável e os índices glicêmicos e de colesterol sob controleOscar Wong/ Getty Images
Quando a diabetes não é tratada devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressãoImage Source/ Getty Images
A base do tratamento para o pé diabético é o cuidado com as lesões, por meio de curativos e medicações indicadas para a cicatrização, além de antibióticos.
“Sabemos que, comumente, essas alterações ocorrem em pacientes que tem a doença por um longo prazo e controle débil, ou seja, um diabetes não controlado. As medidas educacionais, a dieta, além do controle com medicamentos são de grande importância para evitar essas complicações”, acrescenta o cirurgião vascular.
Há ainda a possibilidade da diabetes evoluir para alterações neurológicas, que levam à perda da sensibilidade nos membros, diminuição da sudorese e falta da sensação de dor. Quando isso ocorre, o paciente precisa ficar atento para machucados que, apesar de não causarem dor, podem infeccionar.
Prevenção
Além do controle dos níveis de açúcar no sangue, Yazbek recomenda que os diabéticos mantenham hábitos para prevenir o pé diabético:
- Manter uma dieta equilibrada;
- Realizar regularmente caminhadas e atividades físicas;
- Não fumar;
- Examinar periodicamente os pés, verificando a sola e as regiões entre os dedos;
- Secar bem os pés, principalmente entre os dedos;
- Usar talcos nos pés para evitar o aparecimento de frieiras;
- Utilizar cremes hidratantes nos calcanhares;
- Não andar descalço;
- Evitar o uso de compressas de água quente, que podem causar queimaduras;
- Utilizar sapatos confortáveis, de preferência com bico redondo;
- Examinar atentamente o calçado antes de utilizá-lo.
Com os cuidados necessários e a visita regular a um médico, é possível evitar a progressão para casos graves. “É importante sempre estar ciente de que você tem uma doença. Sabendo disso, os cuidados evitarão as complicações e aumentarão a qualidade de vida”, afirma o médico.