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Larvas de besouro podem ajudar a decompor lixo plástico, diz estudo

Larvas de besouro podem ajudar a decompor lixo plástico, diz estudo

Um grupo de cientistas australianos descobriu que larvas de besouro podem viver e se desenvolver apenas se alimentando de isopor. A revelação foi publicada na revista científica Microbiology Society nesta semana, como parte de estudos que visam encontrar uma solução para a despejo do plástico na natureza – uma das principais ameaças ao meio ambiente.

O estudo foi feito ao longo de três semanas com uma comunidade de 171 zophobas morio, nome científico das larvas de besouro que ainda não passaram pelo processo de crescimento. Para isso, os pesquisadores dividiram os insetos em três grupos com dietas diferentes: isopor, farelo de trigo e sem comida.

As larvas que foram alimentadas com farelo tiveram uma evolução saudável, mas as que comeram isopor também conseguiram completar o processo de metamorfose para se tornarem besouros.

Os cientistas alertam, porém, que foram identificadas mudanças consideráveis no organismo dos animais. “Nossos resultados confirmaram que as larvas podem sobreviver com alimentação de poliestireno [nome científico do isopor], mas essa dieta tem impactos negativos consideráveis na diversidade e na saúde do microbioma intestinal hospedeiro”, escreveu o grupo.

Segundo os pesquisadores, a experiência serve como um pontapé inicial para o desenvolvimento de algum tipo de enzima natural que seja capaz de consumir materiais plásticos, como acontece com a madeira. Eles querem, agora, identificar a substância usada por esses animais para a digestão e melhorá-la para um possível uso em larga escala.

Há alguns anos, cientistas estudam métodos para eliminar os plásticos, já que seu tempo de decomposição no solo pode passar de quatro séculos. Estima-se que, por ano, sejam produzidos 400 milhões de toneladas deste material por ano, sendo o isopor responsável por algo entre 7% e 10% deste montante, ainda segundo o estudo australiano.