Anchor Deezer Spotify

O frevo é uma lembrança nos asfaltos em que silencia

O frevo é uma lembrança nos asfaltos em que silencia
Do viver em carnaval de tempo e espaços


no meio do tempo o espaço explicita o quanto de nós habita a vida e esse desejo de vê-los infindos é como criar um depois dos metros vividos e a espacial unidade como um futuro grita dentro de nós o carnaval de tudo viver é só espalhar-se pelo vão dos minutos.

Carnaval em pugna judicante


o carnaval habita o juízo, vara mental e judicial de todos os desígnios o habeas corpus é rápido e preventivo gestor da farta liberdade da fruição dos sentidos ao homem cabe viver em calendário restrito as absolviçōes terrenas do peso dos conflitos eis que em largas datas não se alcança armistícios

Do frevo em Olinda adormecida


nas ruas de Olinda dorme uma alegria um carnaval embutido nas costas do dia o frevo mesmo calado assanha a ventania e drapeja seus tons nos ouvidos da avenida o frevo é uma lembrança nos asfaltos em que silencia

Planificação em vias da vontade


meu plano é transitar a vida por todas as estradas que me vivam nas léguas que eu invente, nos passos que consiga meu plano é joga-las no tempo como serpentinas exatas lança-las pelo mundo no carnaval lúdico das palavras as que eu traga na boca as que eu usine pela alma

Reminiscências de águas infantes


em ondas, desarrumada, a cheia monta o rio como um carnaval de águas em busca de navios o menino, maravilhado, vestido das margens imagina seus açudes em todas essas águas a cheia, o menino e as águas nem percebem a tarde e a disposição da vida em se tornar saudade

Do samba em passos e medidas


o sambista pisando suas mágoas enche o ritmo dos olhos que inventa pelo asfalto tece tambores oníricos na marcação das batidas e marca todos os agogos das correntezas da vida o sambista é só um transeunte engravidando de rumo a avenida