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Novo medicamento marca uma nova era no tratamento da obesidade

Novo medicamento marca uma nova era no tratamento da obesidade

Segundo estudo, o remédio tirzepatida resultou em uma perda de peso que se aproximou dos efeitos da cirurgia bariátrica. Nosso colunista comenta

O grande destaque do congresso da Associação Americana de Diabetes é justamente um estudo em pessoas sem diabetes. Trata-se do tão esperado SURMOUNT-1 com voluntários que possuem obesidade (sem diabetes) e que avaliou o efeito da tirzepatida, uma molécula de injeção subcutânea semanal.

A tirzepatida é um chamado coagonista, porque atua mimetizando dois hormônios intestinais: o GLP-1 e o GIP. Em conjunto, as substâncias induzem a uma perda de peso potente e por diferentes mecanismos, tanto cerebrais como via gastrointestinais.

Nessa pesquisa, foram incluídas cerca de 2 500 pessoas com peso médio de 104 quilos e um índice de massa corporal de 38 kg/m2 – dentro do que é considerado obesidade. Durante o acompanhamento de um ano e meio, a perda média de peso com a maior dose do medicamento foi de cerca de 21%.

Os efeitos colaterais mais comuns foram náusea (acometendo cerca de 30% das pessoas) e diarréia (20%). Na maioria das vezes, os sintomas foram leves e transitórios.

A tirzepatida acabou de ser liberada nos Estados Unidos para tratamento de pessoas com diabetes tipo 2 e aguarda esta aprovação no Brasil. Ainda são necessários mais estudos para sua aprovação para obesidade.

De qualquer forma, os resultados do SURMOUNT-1 são um marco no tratamento da obesidade, com altos índices de redução de peso na maior parte das pessoas incluídas. É o mais perto que chegamos do efeito da cirurgia bariátrica.

Imagine que, no dia-a-dia de consultório, ainda poderemos associar a tirzepatida a outros tratamentos disponíveis e potencializar ainda mais os resultados.

Mas, se me permitem, um recado que nunca pode ser deixado de lado: valorizem a alimentação saudável e a atividade física regular.