Musculação emagrece? Entenda como a prática pode combater a obesidade
Exercícios de força podem contribuir com a perda de peso e o condicionamento físico
Musculação emagrece? Essa é a dúvida de muitas pessoas que estão acima do peso. Geralmente, quando indivíduos obesos buscam uma atividade física para perder gordura corporal, a aposta é em exercícios aeróbicos, como esteira e bicicleta. Porém, o que talvez muitos não saibam, é que realizar musculação pode ser tão ou mais eficaz para o condicionamento físico.
De acordo com dicas do canal do Youtube do Dr. Márcio Tannure, médico do esporte membro Titular da Sociedade Brasileira de Traumatologia e Ortopedia (SBOT) e membro titular da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Trauma do Esporte (SBRATE), a forma mais eficaz de emagrecer com saúde é aliar os benefícios da prática aeróbica com a musculação. Além disso, exercícios que promovem o ganho de massa muscular podem equilibrar o funcionamento do corpo, auxiliando na busca por uma qualidade de vida melhor.
Massa magra combate processos inflamatórios
Ainda de acordo com Tannure, um dos grandes problemas de ter um percentual elevado de gordura é a inflamação constante que isso gera no organismo. “O seu músculo produz vários hormônios, como a sua gordura também. Então, normalmente, o tecido adiposo tende a gerar adipocinas, substâncias inflamatórias. E é por isso que pessoas obesas e com sobrepeso tendem a ter doenças autoimunes, dores articulares e até mesmo câncer”, explica.
Por outro lado, elevar a massa muscular do corpo, pode ser a chave para contra-atacar esse processo inflamatório causado pelo tecido adiposo. “O músculo gera miosinas, que são substâncias anti-inflamatórias. O ideal, óbvio, é que você tenha mais músculos – percentualmente falando – do que gordura”, conta.
Por isso, ao questionar se a musculação emagrece, é necessário levar em conta também que a prática vai melhorar a saúde como um todo. Enquanto a gordura causa inflamações pelo corpo, os músculos liberam substâncias anti-inflamatórias. E, para adicionar mais massa magra no organismo, é necessário realizar treinos de força e contração muscular. “A hipertrofia muscular é muito importante no combate à obesidade. Sem contar que o músculo necessita de energia para você manter ele”, conclui o médico.
Músculos consomem calorias
Para iniciar o processo de redução de gordura corporal, é preciso gastar mais calorias do que se consome. Ou seja, se a dieta está na casa das 2.500 calorias diárias, será necessário gastar mais do que isso para começar a emagrecer. A estratégia utilizada para aumentar esse gasto e não precisar restringir muito a alimentação, é incluir atividades físicas na rotina. E a maioria das pessoas opta por exercícios aeróbicos pois eles costumam gastar mais energia do que a musculação.
O raciocínio está correto. Porém, é fundamental adicionar a musculação entre as atividades do dia. É ela quem vai aumentar a massa muscular do seu organismo. Ter mais músculos, além de combater processos inflamatórios, também vai aumentar a taxa de metabolismo basal do organismo – o número de calorias que o corpo precisa para sobreviver. Conforme o Dr. Tannure explicou, os músculos consomem mais energia do que a gordura.
Musculação emagrece e auxilia a equilibrar hormônios
Realizar atividades de força também podem ser fundamentais para regular os níveis de testosterona no organismo. Com o hormônio em dia, a queima de gordura é mais eficaz. “A baixa de testosterona gera um acúmulo de gordura maior e isso vira um ciclo vicioso. Então, a musculação também te ajuda a criar um equilíbrio hormonal”, conta Tannure.
O especialista ainda ressalta a importância de conjugar diferentes tipos de atividades para combater a obesidade. Os exercícios aeróbicos também são fundamentais para o emagrecimento, mas realizar apenas eles, pode mascarar alguns problemas que não foram resolvidos.
“Às vezes com o aeróbico – que é ótimo para perder gordura – você acaba perdendo músculos também. As vezes você está perdendo peso, mas as custas de massa muscular. E você olha na balança, acha que está sendo bom, mas quando você faz seus exames de sangue e avalia isso laboratorialmente e bioquimicamente, talvez tenha até piorado alguns parâmetros”, alerta o médico.