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Mundo pode ganhar tratado global para enfrentar poluição por plásticos

Mundo pode ganhar tratado global para enfrentar poluição por plásticos

Líderes mundiais e especialistas se referem à medida, que será discutida em cúpula da ONU na próxima semana, como o pacto “verde” mais importante desde o Acordo de Paris

A poluição por resíduos plásticos tem ganhado proporções tão preocupantes no mundo, colocando em risco a saúde das pessoas e o meio ambiente, que a ONU (Organização das Nações Unidas) está se mobilizando para criar um tratado global para enfrentar esse problema e responder à crescente pressão social em torno do tema.

Durante a quinta assembleia ambiental da ONU, que ocorre entre 28 de fevereiro e 2 de março, em Nairóbi, no Quênia, líderes mundiais discutirão aquele que está sendo considerado o pacto “verde” multilateral mais importante desde o Acordo de Paris (de combate às mudanças climáticas).

“A impaciência pública é algo muito poderoso”, disse Inger Andersen, diretora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, ao jornal britânico The Guardian. “O público está farto. Somos todos dependentes do plástico, mas eles obviamente querem ver alguma solução para esse problema.”

Maiores geradores de lixo plástico do mundo, os Estados Unidos uniram-se à França neste mês em favor de um acordo global que reconheça a importância de conter os resíduos da fonte até o mar. Para Andersen, trata-se de um impulso sem precedentes para combater a “praga da poluição plástica”.

Um relatório divulgado nesta semana pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) aponta que menos de 10% do plástico produzido no mundo é reciclado. Das 460 milhões de toneladas de plástico produzidas em 2019, cerca de 353 milhões acabaram como resíduos, segundo o estudo “Perspectivas Mundiais do Plástico”.

Na ponta do lápis, só 9% dos resíduos plásticos foram reciclados, enquanto 19% foram incinerados e cerca de 50% acabaram em aterros controlados. Os 22% restantes foram parar em aterros ilegais, queimados, ou abandonados no meio da natureza, de acordo com as estimativas. Além disso, a produção de plástico representou 3,4% das emissões de gases de efeito estufa em 2019.

O secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, destacou a urgência de os países responderem de forma coordenada ao lixo plástico, incluindo ações para aumentar taxas de reciclagem, impor cotas mínimas obrigatórias para reutilização do material e também avançar em inovações tecnológicas que ajudem a reduzir a dependência dos plásticos.