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Mês do cachorro louco: por que agosto tem esse nome

Mês do cachorro louco: por que agosto tem esse nome

Muitas cadelas entram no cio em agosto, ocasionando brigas entre os machos. Neste mês, acontecem também campanhas de vacinação antirrábica, entenda por quê!

Tempo frio e seco, agressividade canina e transmissão de uma doença letal: eis a receita que faz de agosto o mês do cachorro louco. Ficou confuso? Continue lendo que logo fará sentido!

Para começar, é importante dizer que o clima pode influenciar o ciclo reprodutivo dos animais. Segundo Carla Berl, médica-veterinária fundadora da rede de hospitais veterinários Pet Care, o começo da primavera é uma época que favorece o início do cio em diversas espécies.

Isso ocorre principalmente em locais onde as estações são bem definidas, o que não é o caso do Brasil — por aqui, as fêmeas entram no cio a cada seis meses durante todo o ano. Mesmo assim, em agosto, ocorre um fenômeno interessante: as baixas temperaturas e a umidade do ar reduzida fazem com que muitas cadelas entrem nesta fase do ciclo ao mesmo tempo.

Os machos podem brigar para disputar as fêmeas no cio (Foto: Canva/ CreativeCommons)
Os machos podem brigar para disputar as fêmeas no cio (Foto: Canva/ CreativeCommons)

Loucura, loucura, loucura!

Mas o que isso tem a ver com cachorro louco? “O afloramento do hormônio feminino e o instinto do macho de se colocar como o alfa da matilha podem fazer com que os cães machos fiquem agressivos entre si, outros animais e até com seus tutores”, explica Carla. É dessa reatividade que vem o termo “cachorro louco”.

O problema é que esse comportamento violento tende a ocasionar brigas, resultando em mordidas e arranhaduras — e, se o cão estiver contaminado com raiva, pode transmitir a doença ao animal atacado.

Carla ressalta que, na fase final da raiva, muitas vezes os cachorros infectados apresentam um comportamento mais agressivo. No entanto, não é essa a “loucura” atrelada ao mês de agosto — ela se refere à brutalidade dos animais disputando as fêmeas no cio.

A vacina é a única forma de prevenir contra a raiva, que não tem cura (Foto: Canva/ CreativeCommons)
A vacina é a única forma de prevenir a raiva, que não tem cura (Foto: Canva/ CreativeCommons)

Tempo de prevenir

Os altos índices de transmissão de raiva em agosto levaram à promoção de campanhas de vacinação nesse mês. “O programa nacional de profilaxia da raiva começou em 1973 e chegou a todos os estados brasileiros em 1977. Desde então, os índices em cães caíram drasticamente, sendo que muitos municípios não apresentam casos positivos há anos, justamente pela ampla vacinação”, conta Rana Rached, médica-veterinária e gestora do curso de Medicina Veterinária da USCS.

A profissional ressalta que a raiva não tem cura, e a principal forma de transmissão é através da mordedura do cão, podendo ocorrer também por meio de arranhões e lambidas de um animal doente num ferimento de um bicho ou humano sadio. Apesar de agosto ser o mês da campanha anual, a contaminação pode ocorrer durante o ano todo.

Por isso, a única forma de prevenção é a vacina anual para cães e gatos. Outros mamíferos que convivem com humanos também devem ser imunizados.