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Material mais resistente que diamante poderia ser feito em laboratório

Material mais resistente que diamante poderia ser feito em laboratório

Uma simulação de supercomputador mostrou que talvez seja possível criar um “superdiamante” em laboratório. O material seria uma fase ainda mais dura e resistente do diamante que conhecemos, que até o momento existe apenas na teoria.

Conhecida como cristal cúbico de corpo centrado de oito átomos (BC8), essa hipotética fase super resistente do carbono poderia suportar uma compressão 30% maior do que o diamante.

Além disso, esse material poderia teoricamente se manter estável sob pressões superiores a 10 milhões de atmosferas terrestres. Em comparação, o diamante comum suporta pressão equivalente a 1 milhão de vezes àquela de nossa atmosfera.

Embora nunca tenha sido encontrado na natureza, astrônomos suspeitam que o BC8 possa existir no centro de exoplanetas (mundos que orbitam outras estrelas que não o Sol) ricos em carbono. Isso porque o interior de alguns exoplanetas gigantes sofre pressão suficiente para produzir o material.

Previsões das simulações para os possívels caminhos de sintetização do "superdiamante" BC8 (Imagem: Reprodução/Mark Meamber/LLNL)
Previsões das simulações para os possívels caminhos de sintetização do “superdiamante” BC8 (Imagem: Reprodução/Mark Meamber/LLNL)

Agora, pesquisadores querem encontrar um meio de compreender e, quem sabe, produzir esse superdiamante em laboratório. Um novo estudo usou simulações de dinâmica molecular no supercomputador Frontier e descobriu a metaestabilidade extrema do diamante em pressões muito altas.

Para isso, eles deixaram o simulador produzir interações entre bilhões de átomos de carbono com alta precisão quântica, em várias condições distintas de pressão e temperatura. Os autores descobriram que o BC8 só poderia ser produzido nas condições de uma parte muito específica do diagrama de fases de carbono.

Esse estudo revela que os cientistas ainda não puderam sintetizar a fase BC8 do carbono devido à estreita faixa de pressões e temperaturas exigidas. A equipe espera um dia realizar essa façanha e os resultados da pesquisa podem apontar a direção.

O artigo foi publicado no periódico The Journal of Physical Chemistry Letters.