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Mamíferos de médio e grande porte são monitorados na Amazônia para inventário da fauna silvestre nacional

Mamíferos de médio e grande porte são monitorados na Amazônia para inventário da fauna silvestre nacional

Entre espécies que equipe do ICMBio pretende acompanhar estão antas e veados. Monitoramento acontece no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá.

Com o objetivo de oferecer uma base consistente de compartilhamento de informações da fauna do Brasil e aumentar diálogos sobre o meio ambiente, foram instaladas, neste mês, armadilhas fotográficas no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, na Amazônia. O monitoramento da fauna silvestre tem como foco os mamíferos de médio e grande porte, entre eles, antas e veados.

Monitoramento acontece no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá. — Foto: ICMBio/Divulgação

Monitoramento acontece no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, no Amapá. — Foto: ICMBio/Divulgação

O Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque é a maior unidade de conservação brasileira de proteção integral. Ele está localizado entre os estados do Amapá e Pará e abrange os municípios amapaenses de Calçoene, Laranjal do Jari, Oiapoque, Pedra Branca do Amapari e Serra do Navio. Do lado paraense, o município de Almeirim é alcançado pelo parque.

A ação iniciada neste mês de outubro na unidade, faz parte do Programa Nacional de Monitoramento da Biodiversidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (CENAP).

Protocolo TEAM de armadilhamento fotográfico

Protocolo TEAM de armadilhas fotográficas no Parque Nacional do Tumucumaque, no Amapá — Foto: ICMBio/Divulgação

Protocolo TEAM de armadilhas fotográficas no Parque Nacional do Tumucumaque, no Amapá — Foto: ICMBio/Divulgação

Está é a terceira edição utilizando a metodologia do Protocolo TEAM de armadilhamento fotográfico desenvolvido pelo ICMBio para monitoramento de diversas espécies.

Apesar do nome parecer ameaçador, o armadilhamento conta com equipamento fotográfico inofensivo e que permite monitorar os animais sem capturá-los.

“Esse protocolo é desenvolvido no mundo todo com a intenção de avaliar e monitorar tendências de fauna, tanto de mamíferos terrestres, quanto de aves terrestres. O objetivo do protocolo é fornecer dados para que a gente possa avaliar tendências e verificar se a unidade de conservação atende os pressupostos de conservação da fauna”, relatou a analista ambiental do ICMBio, Fernanda Colares.

Ao todo, desta vez foram instaladas 62 armadilhas fotográficas que vão permitir fornecer informações e dados científicos para poder avaliar se Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque está cumprindo um dos seus deveres, que é proteger a fauna.

Participam pesquisadores, gestores e jovens do assentamento Sete Ilhas, localizado na Perimetral Norte, no município de Pedra Branca do Amapari. Estes últimos são essenciais por conhecerem a localidade.

Equipe do ICMBio a caminho do Parna do Tumucumaque, no Amapá — Foto: ICMBio/Divulgação

Equipe do ICMBio a caminho do Parna do Tumucumaque, no Amapá — Foto: ICMBio/Divulgação

Coletas de dados diversos

Além de inventariar a fauna silvestre, o protocolo TEAM permite estimativas de diversos parâmetros de biodiversidade.

Em paralelo com o monitoramento de mamíferos de médio e grande porte, também são realizados outros monitoramentos, como os quelônios amazônicos e o componente florestal, que tem como alvo as borboletas frugívoras, plantas arbóreas e arborescentes.

Equipes montam armadilhas fotográfica para monitorar mamíferos na Amazônia — Foto: ICMBio/Divulgação

Equipes montam armadilhas fotográfica para monitorar mamíferos na Amazônia — Foto: ICMBio/Divulgação

Descobertas em expedições passadas

O grupo já estuda a existência de duas espécies na Amazônia que possivelmente nunca antes foram registradas: o gato-mourisco e anta-pretinha.

Desde 2021, as armadilhas fotográficas são implantadas no Parque. Na última expedição, em outubro do ano passado, foram posicionadas 72 câmeras em alguns locais considerados de grande movimentação de animais, de acordo com os pesquisadores.

Durante a análise das imagens colhidas, foram identificadas as possíveis novas espécies citadas acima.

“Identificamos um gato que é bem raro, o gato-mourisco. Estamos verificando que a pelagem dele talvez seja diferente de pelagens dessa espécie de outras regiões do Brasil. Aqui, o que a gente identificou tem o corpo mais escuro e a cabeça mais amarelada, então, isso pode indicar tendências na variação dessa espécie aqui no Amapá”, explicou a bióloga Fernanda Colares.

“Geralmente a gente vê muito a anta marrom, de coloração caramelo. A Sociedade Brasileira de Mastozoologia ainda não bateu o martelo se se trata, ou não, de uma nova espécie de anta para a Amazônia. De qualquer forma essa variação foi localizada no parque, e é diferente da outra espécie”, completou.