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Mamífero é visto em ilha do País de Gales após 30 anos sem registros

Mamífero é visto em ilha do País de Gales após 30 anos sem registros

Enquanto analisavam imagens de monitoramento de esquilos-vermelhos, pesquisadores se surpreenderam com um espécime de marta olhando diretamente para a câmera

Após vasculharem mais de 15 mil imagens de esquilos-vermelhos e outros animais que vivem nas florestas de Anglesey, ilha a noroeste do País de Gales, pesquisadores da Universidade de Bangor encontraram algo raro: três registros de uma marta tirados entre março e junho de 2022.

Esses são considerados os primeiros registros em 30 anos da espécie de mamífero mustelídeo na ilha. Predadoras de porte médio, as martas podem chegar a pesar até 2 quilos e têm uma dieta carnívora que consiste em ovos de outros pássaros, frutas, pequenos roedores e, ocasionalmente, esquilos.

O flagrante dos pequenos mamíferos não era esperado. A pesquisa visava entender, inicialmente, quais habitats são ideais para esquilos-vermelhos e como as mudanças no manejo florestal podem afetar a espécie.

O monitoramento contou com uma rede de câmeras em diferentes tipos de florestas em Anglesey. Até que, durante as observações, os estudiosos notaram a presença de uma marta olhando para a câmera.

Com intuito de aumentar a população dos animais, entre 2015 e 2017, um projeto soltou 51 martas nas ilhas (Foto: Wikimedia Commons)
Com intuito de aumentar a população dos animais, entre 2015 e 2017, um projeto soltou 51 martas nas ilhas (Foto: Wikimedia Commons)

“É encorajador ver que mesmo em uma ilha com uma cobertura tão baixa de árvores, as florestas locais ainda têm o potencial de testemunhar o retorno de uma espécie carismática como a marta”, comenta, em nota, Simon Valle, um dos autores do estudo.

Um projeto para aumentar a população de martas ocorreu entre os anos de 2015 e 2017 na região central do País de Gales. Ao todo, 51 espécimes foram soltos, e há relatos de avistamento a mais de 50 km do local de soltura. Em outra iniciativa, martas foram soltas próximo à cidade de Bangor entre 2018 e 2020.

A importância do avistamento desses animais está relacionada ao controle populacional do esquilo-cinza, um invasor que ameaça o habitat e compete por alimentos com os esquilo-vermelhos.

Para os pesquisadores, as florestas do País de Gales podem abrigar muitos outros animais que não são convencionais. “Talvez nossas florestas sejam ou possam ser muito mais selvagens do que muitas vezes pensamos”, conclui Valle.