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‘Maçarico’ ligado no Rio é risco especialmente para saúde dos idosos

‘Maçarico’ ligado no Rio é risco especialmente para saúde dos idosos

Calor excessivo aumenta a sensação de cansaço e exige mais cuidados

Após um fim de semana com chuvas intensas e diversos pontos de alagamento, as temperaturas na cidade do Rio voltaram a ultrapassar os 40°C – com sensação térmica ainda maior, beirando os 55ºC. Nos dias mais quentes, é muito comum sentir aquela sensação de moleza e cansaço, principalmente idosos e crianças, mas engana-se quem acredita que ela tem relação com a preguiça. Na verdade, essa é uma resposta do organismo ao calor, que precisa se utilizar de mecanismos para estabilizar a temperatura corporal e preservar a saúde, conforme explica Vitor Dominato, clínico geral do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN) que faz parte da Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil.

Segundo o médico, o calor provoca uma queda natural no rendimento em diversos aspectos produtivos da vida, incluindo o trabalho, a execução de tarefas diárias em casa e o exercício físico, porque há um desvio do fluxo de sangue para a pele e uma perda de líquidos pelo suor.

— É assim que nosso corpo se regula: usa o suor para que haja perda de calor e redução da temperatura. Com isso, o coração precisa bater mais vezes e a oferta de sangue e oxigênio para o organismo fica prejudicada, trazendo imediatamente a sensação de fraqueza, falta de energia e cansaço — disse.

A sensação de preguiça está relacionada com o aumento das demandas cardiovascular e metabólica provocado por qualquer esforço físico no calor extremo:

— É nítida a impressão de estar mais fraco, menos resistente e mais cansado, já que o coração precisa bater mais vezes e há uma verdadeira mobilização fisiológica para manter o corpo equilibrado com relação à temperatura interna.

Daniela Malta, coordenadora da Emergência do Hospital São Lucas Copacabana, que também faz parte da Dasa, listou algumas dicas que podem preservar a qualidade de vida dos mais velhos, já que as consequências da desidratação e da mudança da atividade cardiovascular podem ser mais perigosas nessa faixa etária.

A primeira dica da especialista é simples, mas muitas vezes subestimada: beber água. As altas temperaturas fazem o corpo humano perder mais líquido, e a recomendação é aumentar as doses de água.

— Nesta época, o corpo transpira mais e, com isso, necessita da reposição de líquidos. Quando a pessoa não bebe água o suficiente, há alterações na pressão arterial e na frequência cardíaca. Além disso, é muito importante que os pacientes que usam medicação para controle da pressão arterial sejam reavaliados pelo cardiologista, para receber as orientações individualizadas — frisou a médica.

Outras dicas valiosas incluem evitar exposição excessiva ao sol nos horários de maior pico de calor, entre 10h e 16h; dar preferência a horários do início e no final do dia para se exercitar, quando as temperaturas ficam mais amenas; dar preferência às roupas leves e de cores claras; e descansar bem.

A alimentação é outro fator-chave, evitando jejum prolongado. As opções mais indicadas são aquelas de fácil digestão, sem muita gordura ou condimentos, com preferência para os vegetais, as frutas, as verduras e os legumes, que são ricos em vitaminas, sais minerais e água e pobres em gorduras. Itens que contêm cafeína e taurina podem melhorar a disposição, mas deve-se ter cuidado com o aumento ainda maior da frequência cardíaca.