Ingrediente de areia para gatos pode ajudar a reduzir as emissões de metano
Estudo do MIT usou zeólita com um pouco de cobre para transformar metano em dióxido de carbono (CO2), que é um gás de efeito estufa muito menos potente
Apesar de ser o maior vilão das mudanças climáticas, o dióxido de carbono, ou CO2, não é o gás de efeito estufa mais potente. O dióxido de carbono poder ser o mais abundando, mas o metano (CH4) é 28 vezes mais potente que o CO2 a longo prazo e até 80 vezes a curto prazo. Pelos cálculos do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o metano é responsável por pelo menos um quarto do aquecimento global.
Em um estudo recente publicado na ACS Publications e intitulado “Redução de metano atmosférico e de baixo nível por meio de um catalisador abundante na Terra”, pesquisadores usaram zeólita, um tipo de argila presente na areia para gatos, tratada com uma pequena quantidade de cobre, para transformar metano em dióxido de carbono, ou gás carbônico. Nos testes de laboratório, os cientistas liberaram um fluxo de metano através de um tubo aquecido preenchido com o novo material e observaram que o CH4 se converteu com sucesso em CO2.
“Quando as pessoas ouvem que o processo cria CO2, elas dizem: ‘Caramba, isso não é bom – eu sei que o CO2 é ruim para o meio ambiente”, disse Desiree Plata, professora de engenharia do MIT e uma das autoras do estudo. “Mas acontece que o metano é realmente muito pior, do ponto de vista do aquecimento global. O que isso nos permite fazer é trazer benefícios climáticos imediatos para o sistema da Terra e realmente mudar as taxas de aquecimento global em nossa vida”, completa, em entrevista ao Optmist Daily.
De acordo com a pesquisadora, se metade do metano que existe hoje na atmosfera fosse transformada em gás carbônico, a concentração de carbono atmosférico aumentaria apenas uma parte por milhão (ppm), de 417 por milhão para 418. Mas o aquecimento global, por outro lado, seria reduzido em 16%.
O estudo afirma que um equipamento como o testado em laboratório pode ser colocado em locais estratégicos onde as emissões de metano são altas, como fazendas, para ajudar reduzir as emissões das vacas, por exemplo. Agora, os pesquisadores planejam aprimorar o material para que ele possa capturar metano com mais eficiência e estão confiantes de que a tecnologia servirá como uma ferramenta fundamental na luta contra as mudanças climáticas.
