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Gato com medo de fogos e rojões: saiba o que fazer para protegê-lo

Gato com medo de fogos e rojões: saiba o que fazer para protegê-lo

Assustado e ansioso, o gato pode alterar o seu comportamento rotineiro e, inclusive, fugir de casa durante a queima de fogos de artifício

Os cachorros são conhecidos por terem sentidos como olfato e audição bastante aguçados, mas o que poucos sabem é que o ouvido dos gatos é ainda mais potente: eles conseguem ouvir até 65 mil Hz e captar, inclusive, o ultrassom.

É por isso que, às vezes, quando o felino mia para o “nada”, na verdade, está reagindo a um barulho distante que conseguiu alcançar com a sua sensibilidade auditiva. Isso também explica o medo e ansiedade quanto aos trovões antes mesmo da chuva chegar, por exemplo.

Por isso alguns tutores podem ficar preocupados com a experiência de seus pets diante de barulhos altos, como os fogos de artifício e rojões, que os assustam durante o Ano Novo, festas juninas ou eventos esportivos, como a Copa do Mundo.

“Barulhos muito altos geram muito incômodo para os gatos. Para se ter uma noção, é estimado que os gatos ouçam sete vezes mais alto do que nós, seres humanos. Portanto, se às vezes os fogos já nos incomodam, imagine para eles! Esses sons podem gerar estresse, mal-estar, confusão e alterações comportamentais”, diz Fabiana Cassiano, médica-veterinária especialista em medicina de felinos.

Gatos e fogos: uma má combinação

 

Barulhos altos podem levar o felino a alterar o seu comportamento e provocar medo, ansiedade e estresse (Foto: Unsplash/ Ariana Suárez/ CreativeCommons) — Foto: Vida de Bicho

Barulhos altos podem levar o felino a alterar o seu comportamento e provocar medo, ansiedade e estresse (Foto: Unsplash/ Ariana Suárez/ CreativeCommons) — Foto: Vida de Bicho

De acordo com Fabiana, alguns comportamentos felinos denunciam o medo e a ansiedade associados ao barulho incômodo, como pupilas dilatadas, pelos eriçados e comportamento agressivo ou medroso (quando o gato procura se esconder ou se entocar, por exemplo).

“Outros exemplos são orelhas voltadas para trás ou para baixo, agitação, perda de noção espacial na casa, podendo evoluir até mesmo para sintomas mais graves, como cistite de estresse, falta de apetite e vômito ou diarreia por estresse”, completa.

A médica-veterinária comportamentalista Camila Voloch acrescenta outros sinais clínicos típicos do desconforto auditivo: “respiração ofegante, muitas vezes com a boca aberta e a língua para fora, e batimentos cardíacos acelerados”.

Assustado, o bichano pode buscar se esconder em algum lugar que considera seguro (Foto: Unsplash/ Alex Bertman/ CreativeCommons) — Foto: Vida de Bicho

Assustado, o bichano pode buscar se esconder em algum lugar que considera seguro (Foto: Unsplash/ Alex Bertman/ CreativeCommons) — Foto: Vida de Bicho

O aumento da vocalização e movimento da cauda também podem ocorrer, bem como fugas, caso não esteja isolado em um ambiente seguro.

“Eles podem sair correndo de casa e, nessa fuga, serem atropelados ou pegarem alguma doença. Também podem pular na casa de algum vizinho e serem envenenados ou maltratados, porque infelizmente existem pessoas maldosas”, acrescenta Paula Vasconcelos, médica-veterinária e mestre em etologia e bem-estar animal.

Como acalmar gato com medo de fogos

Se você se pergunta como proteger o gato dos fogos, saiba que, embora não possamos interferir diretamente nestes eventos, é possível adotar algumas estratégias em casa para diminuir a intensidade do barulho, aumentar o conforto do bichano e ajudá-lo a se sentir seguro.

Uma dica, segundo Paula, é manter o gato em um ambiente com bom isolamento acústico e, se possível, tocar alguma música de baixa frequência.

“Existem algumas playlists específicas na internet que podem ajudar. O tutor também pode fazer um carinho, se ele permitir”, orienta.

É importante que, durante a queima dos fogos, o tutor feche portas e janelas para que o gato não fuja e assim sofra outras ameaças (Foto: Unsplash/ Vadim Sadovski CreativeCommons) — Foto: Vida de Bicho

É importante que, durante a queima dos fogos, o tutor feche portas e janelas para que o gato não fuja e assim sofra outras ameaças (Foto: Unsplash/ Vadim Sadovski CreativeCommons) — Foto: Vida de Bicho

É importante providenciar um espaço confortável para que ali o bicho se resguarde, como uma cama ou toca, e evitar outros componentes aversivos — como, por exemplo, deixá-lo em meio a muitas pessoas.

“O ideal seria a criação de um ‘porto seguro’ para o gato. Estruturar um esconderijo — como uma toca — onde ele tenha acesso livre e facilitado, com todos os seus itens básicos (caixa sanitária, água, comida, caminha), fazendo com que o som externo chegue abafado até esse local”, diz Camila.

Já Fabiana sugere manter o bicho em um quarto com janelas fechadas. “Se possível, com coberta ou edredom na janela para abafar o som, com pouca luz, tocas e esconderijos (como caixas de papelão, caminhas) para se abrigarem e feromônio artificial felino ligado na tomada.”

O aumento da vocalização é outro comportamento comum de um gato medroso ou estressado pela queima de fogos (Foto: Unsplash/ Erik-Jan Leusink/ CreativeCommons) — Foto: Vida de Bicho

O aumento da vocalização é outro comportamento comum de um gato medroso ou estressado pela queima de fogos (Foto: Unsplash/ Erik-Jan Leusink/ CreativeCommons) — Foto: Vida de Bicho

Vale também colocar um algodão nas orelhas para tentar abafar ainda mais o barulho externo.

Por fim, é importante reiterar que deve-se sempre manter portas e janelas fechadas. Além de abafar o som, isso servirá para garantir a segurança do animal, que, quando assustado, pode tentar fugir do barulho e acabar escapando da seguridade do lar.