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Florestas submarinas podem ser a solução para a crise climática, mas também sofrem de suas consequências

Florestas submarinas podem ser a solução para a crise climática, mas também sofrem de suas consequências

Florestas de algas se estendem ao longo do oceano e podem ser incrivelmente produtivas

Novas descobertas publicadas no site The Conversation divulgam a extensão e produtividade de florestas de algas. Em geral, a mensuração dessas áreas pode ser difícil, uma vez que imagens de satélite não alcançam a profundidade do oceano em que essas florestas estão localizadas. Entretanto, os dados divulgados pelo portal, que são baseados em registros subaquáticos de literatura científica, herbários locais e iniciativas de ciência da população, afirmam que essas florestas oceânicas podem cobrir entre 6 a 7 milhões de quilômetros quadrados.

No total, a área é maior que a Amazônia e duas vezes mais extensa que a Índia.

Em uma estimativa sobre seu crescimento, especialistas envolvidos na pesquisa também acreditam que essas florestas sejam mais produtivas do que outros tipos de cultivo, incluindo trigo, arroz e milho, podendo produzir de duas a 11 vezes mais biomassa por área do que essas culturas. De acordo com as informações divulgadas, as florestas são mais produtivas em regiões temperadas, uma vez que são cercadas por águas ricas em nutrientes.

Assim como florestas tropicais, as florestas submarinas possuem diversos papéis dentro do ecossistema em que pertencem. Além de servirem como habitat para espécies marinhas, as áreas também fornecem alimentos e abrigo para a fauna local.

As florestas submarinas são formadas por algas, espécies de plantas marinhas que crescem usando a luz do Sol e o carbono pela fotossíntese. Assim, com esse mesmo processo de absorção de carbono, podem ser utilizadas para reverter alguns efeitos das mudanças climáticas.

Ao longo de seu crescimento, as algas exigem um maior número de carbono para a sua fotossíntese. Desse modo, são responsáveis por grande parte de sua absorção da atmosfera.

A remoção de CO2 da atmosfera é um dos planos para reverter os impactos das mudanças climáticas sugeridos pelo relatório do IPCC deste ano. O documento, além de evidenciar a possibilidade de agir contra a crise climática, reuniu diversos planos para que essa reversão seja possível, incluindo o investimento em fontes de energia renováveis.

No entanto, os ambientes aquáticos também sofrem com os efeitos da crise climática, o que pode reduzir o seu impacto positivo no meio ambiente. Quase todo o excesso de calor resultante das emissões dos gases do efeito estufa vão parar nos oceanos, contribuindo para o desaparecimento de florestas submersas na Austrália Ocidental, leste do Canadá e Califórnia, resultando não só na perda de habitat de espécies marinhas, como também na redução de seu potencial de sequestro de carbono.

A falta de pesquisa e conhecimento sobre as florestas submersas podem influenciar negativamente na sua capacidade. Portanto, especialistas enfatizam a importância sobre a divulgação de informações sobre as áreas, para que mais esforços sejam feitos com o objetivo de garantir a proteção e conservação desses locais.