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Florestas de algas valeriam mais de 500 bilhões de dólares por ano

Florestas de algas valeriam mais de 500 bilhões de dólares por ano

Um artigo publicado na última terça-feira (18) na revista Nature Communications estima que o valor agregado por florestas de algas nos litorais ao redor do mundo chega a cifra de 500 bilhões de dólares. Resultado da pesquisa de uma equipe internacional de cientistas, a estimativa leva em consideração as funções ecológicas prestadas pelas algas, como remover poluentes da água e servir de habitat para espécies de peixes.

Cardume de peixes nadando entre as algas de uma “floresta submarina” (Imagem: oliver.dodd/Wikimedia Commons)

O estudo avaliou seis variedades de algas, conhecidas coletivamente como kelp, e o papel que elas desempenham no ecossistema marinho. Além de fixar carbono em sua estrutura através da fotossíntese, estas espécies removem nitrogênio e fósforo da água e fornecem abrigo para peixes e outros organismos marinhos.

Localizadas principalmente em áreas polares e de clima temperado — elas não estão presentes no Brasil — cerca de 740 milhões de pessoas, quase um décimo da população mundial, vivem a até 50 quilômetros de uma destas florestas. Já no oceano, mais de 1.000 espécies as utilizam como abrigo.

Os resultados indicam um valor de 147.000 dólares por hectare de algas anualmente, chegando a um total de 560 bilhões de dólares quando se considera a área total coberta por estas florestas marinhas ao redor do mundo. O valor é três vezes maior do que estudos anteriores apontavam. Estas pesquisas geralmente avaliaram o valor das algas localmente, sem olhar para a escala global.

Distribuição das florestas de kelp pelo mundo e valor agregado por região (Imagem: Reprodução/Nature Communications)

O valor das algas se converte para a economia quando se olha a variedade de espécies utilizadas para consumo que sobrevivem graças a presença delas. Entre estes animais estão camarões, mariscos e variedades de garoupa e bacalhau. Cerca de 900 kg de peixes e frutos do mar pescados por ano seriam provenientes das áreas de kelp.

Se os US$ 500 bilhões já são um valor alto, ele poderia subir se o estudo considerasse outros setores em que as algas têm uma contribuição indireta, como o turismo, por protegerem as praias. Especialistas esperam que o resultado encontrado sirva de motivação para a conservação, não somente das florestas de água, mas do oceano como um todo.