Flor desaparecida há mais de 70 anos é reencontrada; mudas devem ser reintroduzidas

A Nicotiana azambujae foi observada em outubro na Cachoeira da Magia, em Rio do Sul. Após um mês da localização, as plantas morreram e não foram mais encontradas na região.
Especialistas da área da botânica de Santa Catarina estão em fase de pesquisa para reintroduzir uma planta que ficou mais de 70 anos “desaparecida”.
A Nicotiana azambujae, que tem cerca de 30 centímetros, foi reencontrada e fotografada no habitat em outubro de 2021, na Cachoeira da Magia, em Rio do Sul, no Vale do Itajaí. No entanto, após um mês da localização, as plantas morreram e não foram mais encontradas na região.
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Nicotiana azambujae cultivada em Santa Catarina — Foto: Luís Adriano Funez/ Arquivo pessoal
“A planta era apenas conhecida por uma única amostra datada de 1948, colhida em Brusque e ninguém tinha mais visto. Como já foram feitas várias buscas do tipo na localidade, se acreditava que estava extinta”, explica o biólogo mestre em botânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e consultor em curadoria do Herbário Barbosa Rodrigues em Itajaí Luís Adriano Funez.
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Cultivo da planta para ser reinserida no habitat natural — Foto: Luís Adriano Funez/ Arquivo pessoal
Segundo Funez, a planta foi “redescoberta” durante uma saída do projeto “Biodiversidade do Alto vale do Itajaí”. Ela pode possuir substâncias ativas que sejam de importância médica ou industrial.
Durante o trabalho de campo, foram colhidas cinco cápsulas de diferentes plantas com aproximadamente 500 sementes, que acabaram virando mudas no Horto Florestal da Universidade para o Desenvolvimento do Alto Vale do Itajai (Unidavi). Na segunda visita, as plantas não foram encontradas mais na área.
“Felizmente as mudinhas cresceram muito bem e já estão até produzindo novas sementes, o que deve garantir um futuro a essa espécie”, explica.
O biólogo Robson Carlos Avi, que é professor na universidade, a semeadura ocorreu no início do ano. “Conseguimos cultivar a espécie e estão em flor. O objetivo é conseguir mais sementes dessas plantas cultivadas para aumentar a produção de mudas e poder levar elas para a natureza posteriormente”, comentou.
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Mudas no Horto Florestal da Unidavi — Foto: Luís Adriano Funez/ Arquivo pessoal
Para a reintrodução da espécie na natureza, Funez afirma que será necessário ampliar a pesquisa para melhor entendar a biologia da planta.
“Também podemos pensar em curto prazo a reintrodução da espécie na natureza, uma vez que elas se mostraram muito prolíferas, o que é muito contraditório para uma espécie que ficou 73 desaparecida”.