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Fiocruz investiga dois casos suspeitos de “mal da vaca louca” em humanos

Fiocruz investiga dois casos suspeitos de “mal da vaca louca” em humanos

Nesta quinta-feira (11), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou que acompanha dois casos de pacientes com suspeita de encefalopatia espongiforme bovina (EBB) — a doença é popularmente conhecida como “mal da vaca louca”, em bovinos.

Os pacientes com casos suspeitos da “doença da vaca louca” foram internados, em isolamento, no em um centro hospitalar criado para a atender pacientes da covid-19, no Rio de Janeiro. Até o momento, não foram detalhados os perfis das pessoas, nem dados como sexo e idade.

Fiocruz investiga dois casos suspeitos para a doença da vaca louca (Imagem: Reprodução/Andrea Piacquadio/Pexels)

Em nota, a Fiocruz confirmou que “o INI [Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas]/Fiocruz recebeu dois pacientes com suspeita de encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como ‘Doença da Vaca Louca’. Ambos estão internados no Centro Hospitalar para a Pandemia da covid-19 do INI”.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, os casos suspeitos da “doença da vaca louca” são de pessoas que moram em Belford Roxo e Duque de Caxias.

Entenda o que é o “mal da vaca louca”

Vale explicar que a “doença da vaca louca” é conhecida como Encefalopatia Espongiforme Bovina (EBB). A enfermidade é considerada uma doença crônica degenerativa que afeta os bovinos. Em humanos, ela causa uma doença semelhante e recebe o nome de Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) ou de Variante da Doença de Creutzfeldt–Jakob (vDCJ).

De acordo com o Ministério da Saúde, nenhum caso de Creutzfeldt-Jakob foi confirmado em brasileiros. Por outro lado, o quadro já foi registrado em alguns países, como Reino Unido, França, Itália, Canadá e Estados Unidos.

Nos animais, é causada pela presença de partículas proteicas infecciosas, os príons. Essas partículas anormais podem se manifestar através da genética, do consumo de carne contaminada (de outro animal já doente e com príons) ou de forma espontânea (ainda desconhecida). As situações também podem causar a doença em humanos.

Até o momento, a doença não tem cura e nem tratamento. O ser infectado sofre alterações comportamentais e o quadro pode ser confundido com outras doenças que afetam o Sistema Nervoso Central (SNC) dos animais, como raiva, intoxicações, Babesiose, entre outras.

Relato de dois casos atípicos da doença da vaca louca em animais

Em setembro, Brasil confirmou dois casos de de “vaca louca” em animais (Imagem: Reprodução/Twenty20photos/Envato)

Em setembro deste ano, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou dois casos da doença em frigoríficos de Nova Canaã do Norte, no Mato Grosso, e em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

Segundo as autoridades brasileiras, os dois casos foram atípicos e detectados antes do abate dos animais. “Trata-se de vacas de descarte que apresentavam idade avançada e que estavam em decúbito [deitadas] nos currais”, explicou o ministério, na época, sobre as condições dos animais.

Desde então, as exportações de carne bovina para a China foram paralisadas temporariamente até que as autoridades chinesas concluam a avaliação do caso com as informações já enviadas.