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Exposição científica em São Paulo explora importância dos insetos

Exposição científica em São Paulo explora importância dos insetos

Gratuita, a mostra “Planeta Inseto” aproxima o público desses animais de forma educativa e explica o papel que eles desempenham na natureza

Se você é daquelas pessoas que têm aflição de insetos, que tal enfrentar seus medos? A exposição Planeta Inseto, que estreou no último dia 1º de março no shopping Pátio Paulista, em São Paulo, pode ser uma boa pedida.

A mostra é uma parceria com o Instituto Biológico do Estado de São Paulo, que fica na capital paulista e abriga o único jardim zoológico de insetos do Brasil. No shopping, é possível conferir parte do acervo itinerante do zoo, que tem o mesmo nome da exposição.

A exibição tem como objetivo aproximar pessoas de todas as idades desses animais e informar sobre sua relevância ambiental. Quem visitar encontrará conteúdos educativos e com explicações gráficas. Além disso, há recursos interativos, como tentar adivinhar o ruído de diferentes insetos.

Aparelho interativo que mostra de qual inseto está vindo o som — Foto: Divulgação
Aparelho interativo que mostra de qual inseto está vindo o som — Foto: Divulgação

“O Instituto Biológico trabalha com pesquisa da saúde de plantas e animais, e com o [acervo] itinerante a ciência fica mais próxima da população”, disse a GALILEU a engenheira agrônoma Harumi Hojo, pesquisadora do Instituto Biológico e coordenadora do Planeta Inseto. No shopping, a visitação pode ser guiada por três monitores, que conduzem grupos de até 30 pessoas. A duração de cada tour é de 40 minutos.

O público vai encontrar espécies de besouros, bichos-pau e conhecer a organização das formigas, o que permite o pleno funcionamento da colônia em que vivem. Para se preparar antes de ir à exposição Planetas Inseto, saiba mais sobre esses animais:

1. Formigas

Na exposição, as formigas saúvas (gênero Atta) estão em uma colônia, divididas em cinco recipientes. Um deles tem folhas que servem para o cultivo dos fungos dos quais as formigas se alimentam; outros três contêm os fungos em si e o último abriga formigas mortas e folhas estragadas.

Recipientes com fungos, folhas e restos inutilizáveis para as formigas — Foto: Tainá Rodrigues

Recipientes com fungos, folhas e restos inutilizáveis para as formigas — Foto: Tainá Rodrigues

Na colônia, a rainha é o centro de tudo: ela é responsável pela reprodução, botando cerca de 10 mil ovos por dia; com sua morte, todas as outras formigas morrem. O macho também é encarregado de gerar descendentes, mas mantém somente essa função.

As outras formigas se dividem entre soldados, cortadeiras e jardineiras. Os soldados protegem a entrada da colônia contra invasores, as cortadeiras buscam alimentos e as jardineiras processam a comida.

Formigas desempenhando suas funções no recipiente de folhas — Foto: Tainá Rodrigues
Formigas desempenhando suas funções no recipiente de folhas — Foto: Tainá Rodrigues

“Quando elas encontram folhas ou alimento em algum local, fazem uma trilha e marcam o caminho com feromônios, para que consigam ir até o alimento e voltar à colônia. Além disso, todo o formigueiro sabe quem é a rainha, por causa do seu cheiro”, relata o biólogo Mário Kokobu, que atua como educador no Instituto Biológico.

2. Bicho-pau

Uma das principais curiosidades sobre o bicho-pau (Cladomorphus phyllinus) é que ele bota ovos que parecem sementes e, assim, são engolidas por pássaros. Entretanto, o sistema digestório das aves não é capaz de digerir os ovos, que são defecados e deixados na natureza.

Sementes dos bichos-pau — Foto: Tainá Rodrigues

Sementes dos bichos-pau — Foto: Tainá Rodrigues

Com isso, os bichos-pau nascem sozinhos e são dispersados em grandes áreas. Esses insetos botam cerca de um ovo por dia, gerando mais de 300 ovos por ano.

Além disso, os machos são mais leves, menores e possuem asas. Isso facilita a dispersão à procura de fêmeas e, consequentemente, a reprodução.

Fêmea e macho do bicho-pau — Foto: Tainá Rodrigues
Fêmea e macho do bicho-pau — Foto: Tainá Rodrigues

3. Besouros

Na mostra, há duas espécies de besouros: tenébrio-gigante (Zophobas morio) e tenébrio-comum (Tenebrio molitor), ambos nas fases larval e adulta.

As larvas do tenébrio-gigante demoram cerca de seis meses para chegar à fase adulta e as do tenébrio-comum, três meses.

Tenébrio-gigante (Zophobas morio) na fase larval e adulta — Foto: Tainá Rodrigues
Tenébrio-gigante (Zophobas morio) na fase larval e adulta — Foto: Tainá Rodrigues

Nesses besouros, as larvas são maiores do que o próprio adulto, devido à grande quantidade de gordura armazenada para passar pela metamorfose. “Normalmente, as pessoas se referem aos insetos como nojentos e que não servem pra nada”, observa Kokobu. “A ideia [da exposição] é desmistificar esse bichos, porque eles são essenciais até mesmo na cadeia alimentar e ninguém precisa ter medo.”

tenébrio-comum (Tenebrio molitor) — Foto: Tainá Rodrigues
tenébrio-comum (Tenebrio molitor) — Foto: Tainá Rodrigues

Serviço

Exposição “Planeta Inseto”

Preço: Gratuita (garanta ingresso pelo aplicativo do Shopping Pátio Paulista)
Período: 1º de março a 30 de abril de 2024
Horários: Terça a sábado, das 12h às 21h; Domingo e Feriados, das 14h às 20h. Fechada às segundas-feiras.
Endereço: Shopping Pátio Paulista (piso Jardins) – Rua Treze de Maio, 1947, Bela Vista, São Paulo (SP).