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Exame de sangue identifica risco de diabetes tipo 2 até 10 anos antes

Exame de sangue identifica risco de diabetes tipo 2 até 10 anos antes

Teste desenvolvido na Universidade de Edimburgo avalia mudanças no DNA do sangue antes mesmo que o paciente desenvolva sintomas

Pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, desenvolveram um exame de sangue capaz de rastrear sinais precoces de diabetes tipo 2 em pacientes cerca de uma década antes que eles sejam diagnosticados com a doença.

A descoberta foi publicada nessa quinta-feira (6/4) na revista Nature Aging. Os autores esperam que o teste seja incorporado à lista dos exames de rotina no futuro para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

O teste procura a metilação do DNA, um tipo de modificação química que pode mostrar a atividade dos genes ligados à diabetes aumentando ou diminuindo quando o paciente está nos estágios iniciais da doença.

De acordo com os cientistas, a adição desse dado a outros fatores de risco, como idade, peso e histórico familiar, fornece uma previsão mais precisa aos pacientes. Com isso, eles poderiam adotar medidas para evitar o desenvolvimento da doença ou iniciar o tratamento antes que a condição se estabeleça.

“Um exame de sangue que informa às pessoas o risco de desenvolver diabetes tipo 2 pode fazer parte de um check-up de saúde melhorado no futuro”, afirma o professor Riccardo Marioni, principal autor do estudo, em comunicado.

Estudo

O exame foi desenvolvido a partir de um estudo com 14.613 voluntários da Escócia e 1.451 da Alemanha que tiveram a saúde rastreada ao longo de 15 anos.

Neste período, os médicos coletaram amostras de sangue de metade dos participantes para entender as diferenças entre aqueles que foram diagnosticados com diabetes tipo 2 e os que não desenvolveram a doença.

Depois, os pesquisadores replicaram o modelo do exame com a outra metade dos voluntários para prever os casos que ocorreriam em uma década após o teste. Exames tradicionais, que levavam em consideração aspectos como histórico familiar, idade e sobrepeso ou obesidade, foram capazes de antecipar 30% dos diagnósticos. A nova análise foi mais eficiente, detectando 48% dos casos, uma alta de 18%.

“Abordagens semelhantes podem ser adotadas para outras doenças comuns e gerar amplos preditores de saúde a partir de uma única amostra de sangue ou saliva”, acredita Marioni.