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Estudo revela que genes de borboletas permaneceram praticamente inalterados em 250 milhões de anos

Estudo revela que genes de borboletas permaneceram praticamente inalterados em 250 milhões de anos

As descobertas podem ajudar nos esforços de conservação em um contexto de rápida perda da biodiversidade do planeta

Pesquisadores do Instituto Wellcome Sanger e da Universidade de Edimburgo, ambos do Reino Unido, analisaram 210 genomas do grupo de insetos Lepidoptera, formado por borboletas e mariposas, e descobriram que eles permaneceram praticamente inalterados ao longo de 250 milhões de anos de evolução e diversificação.

Pelos resultados do trabalho, publicados nesta quarta-feira (21) na revista científica Nature Ecology & Evolution, foram rastreados o código genético até as primeiras borboletas e identificados 32 cromossomos ancestrais que são os blocos de construção de quase todos os lepidópteros.

“Toda a vida está conectada por um fio comum – o DNA. Nossas sequências de DNA registram nossa história profunda. Fomos capazes de observar a história evolutiva das borboletas através do seu genoma, remontando ao seu ancestral comum, à tataravó etc., de todas as borboletas. Descobrimos que eles estavam notavelmente estáveis”, disse o professor Mark Blaxter, autor sênior do estudo e chefe do programa Tree of Life (Árvore da Vida) do Instituto Wellcome Sanger.

Ele acrescentou: “Há um contraste entre as borboletas que têm 16 vezes mais espécies que os mamíferos, mas têm uma base genética muito mais estável. É simplesmente incrível!”

Charlotte Wright, principal autora do estudo e estudante de doutorado no Instituto Wellcome Sanger, relatou que a maior questão que a equipe está tentando compreender é como a biodiversidade evolui em uma escala mais ampla.

“Queremos saber quais são as maiores características do seu genoma que estão na base do sucesso das mariposas e das borboletas. Como podemos entender o fato de que este grupo [de insetos Lepidoptera] representa 10% das espécies descritas? O que o torna diferente de outros grupos de espécies que não têm tanto sucesso?”

Segundo os pesquisadores, as suas descobertas podem ajudar nos esforços de conservação em um contexto de rápida perda da biodiversidade do planeta, algo que cientistas estão chamando de sexta extinção em massa.

Eles completaram que os lepidópteros são indicadores poderosos da saúde dos ecossistemas – e que uma compreensão mais profunda da biologia das borboletas e mariposas traz informações preciosas para futuras pesquisas sobre adaptação para a conservação da biodiversidade.