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Estudo quebra mito do 1 ano canino equivalente a 7 anos humanos e pode nos ajudar a viver mais

Estudo quebra mito do 1 ano canino equivalente a 7 anos humanos e pode nos ajudar a viver mais

Um dos mais difundidos conhecimentos gerais sobre a vida dos cães sugere que um ano de idade para os animais é equivalente a sete anos de vida humana: um cão com quatro anos, portanto, teria saúde similar a de um adulto médio de 28 anos de idade. Um novo estudo publicado na revista científica Nature, porém, derruba de vez este mito, a partir do estudo do genoma de 10 mil cachorros durante dez anos, em trabalho que pode não só trazer informações relevantes sobre a saúde e o processo de envelhecimento dos bichos, mas que também poderá trazer benefícios efetivos para a vida – e a longevidade – dos seres humanos.

A nova pesquisa derruba a estimativa de que 1 ano canino sempre equivale a 7 anos humanos

A nova pesquisa derruba a estimativa de que 1 ano canino sempre equivale a 7 anos humanos

A pesquisa é parte de uma grande iniciativa intitulada Dog Aging Project, projeto capitaneado por pesquisadores, cientistas e especialistas do mundo todo para compreender como a genética, o estilo de vida e o ambiente podem afetar o envelhecimento dos animais. Parte do estudo busca descobrir o que faz com que alguns cães, por exemplo, vivam mais de 20 anos – o que faria, pelo cálculo popular, com que os animais tivessem idade equivalente a 140 anos humanos. “Queremos utilizar essa informação para ajudar pets e pessoas a ampliarem seus tempos de vida e saúde, principalmente em períodos livres de doenças”, diz o site do projeto.

Como entre humanos, são diversos os fatores que determinam a natureza do envelhecimento entre os cães

Como entre humanos, são diversos os fatores que determinam o envelhecimento entre os cães

O estudo busca, portanto, compreender os “biomarcadores específicos” do processo de envelhecimento dos animais conhecidos como “super-centenários”, comparando o DNA de cães com vidas excepcionalmente longas com a de cachorros de vida com duração normal. A importância do estudo, em sua aplicação humana, se dá pela proximidade entre os animais e os seres humanos – inclusive literal, por dividirmos ambientes e estilos de vida com nossos pets. “Dado o fato de que os cães dividem o ambiente humano e se beneficiam de um sofisticado sistema de cuidados veterinários, mas ainda assim vivem uma vida consideravelmente mais curta que a maioria das pessoas, o estudo oferece uma oportunidade única de identificar os fatores genéticos, ambientais e de estilos de vida que estão associados com o tempo de vida saudável”, diz o professor Daniel Promislow, da Universidade de Washington.

As raças de grande porte tendem a envelhecer mais intensamente do que as menores

As raças de grande porte tendem a envelhecer mais intensamente do que as menores

A derrubada do mito dos sete anos se dá, entre outros indícios, pelo fato, por exemplo, de que raças de maior porte tendem a envelhecer dez vezes mais rápido que os seres humanos, enquanto as raças menores podem envelhecer na metade de tal tempo. “Este é um projeto muito grande, ambicioso e extremamente interdisciplinar que tem o potencial de ser um recurso poderoso para a comunidade científica mais ampla”, afirmou Joshua Akey, da Universidade de Princeton. “Pessoalmente, acho este projeto empolgante porque penso que melhorará a saúde dos cães e, derradeiramente, a saúde humana”, concluiu. Segundo os pesquisadores, o Dog Aging Project é um estudo pioneiro em sua dimensão e objetivos, como um dos maiores levantamentos de informação genética dos animais, na busca por responder “questões fundamentais sobre o processo de evolução e domesticação dos cães”.

cão velho

O projeto busca conhecer melhor o envelhecimento humano a partir do estudo com cães