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Duas espécies inéditas de árvores frutíferas são descobertas em parque da Região Metropolitana do Rio

Duas espécies inéditas de árvores frutíferas são descobertas em parque da Região Metropolitana do Rio

No total, há seis exemplares de uvaia-pitanga e três de cereja-amarela-de-niterói, como foram batizadas as novas árvores fluminenses; fruta tem gosto parecido com goiaba

É oficial: o Rio tem duas novas espécies de árvores para chamar de suas. Pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e do Jardim Botânico do Rio descobriram, neste mês, exemplares raros de duas espécies ameaçadas de extinção no Parque Estadual da Serra da Tiririca. A Eugenia delicata e Eugenia superba, batizadas de uvaia-pitanga e cereja-amarela-de-niterói, respectivamente, foram encontradas nos municípios de Niterói e Maricá, de onde são endêmicas.

As árvores, inéditas no Estado do Rio, são consideradas altas, medindo de 12 a 15 metros de altura. A Eugenia delicata tem troncos com casca espessa e marrom-acinzentada, com folhas pequenas e delicadas. Já a Eugenia superba apresenta troncos descamantes, que soltam placas finas que esfarelam ao tato, o que faz com que sua aparência chame atenção na mata.

Ambas as espécies recém-descobertas produzem flores ornamentais e frutos comestíveis tanto para nós, quanto para a fauna local. O sabor das frutas, segundo os pesquisadores, é parecido ao de goiaba.

Em todo o parque, foram vistos apenas seis exemplares da uvaia-pitanga, e três da cereja-amarela-de-niterói, mas a presença delas na floresta fluminense já é um bom motivo de comemoração para a comunidade científica.

— As descobertas mostram a importância das unidades de conservação estaduais que protegem as florestas urbanas do Rio de Janeiro. São matas riquíssimas que certamente abrigam muitas outras espécies ainda não descobertas pela ciência — afirmou o pesquisador do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Thiago Fernandes.

As espécies tiveram exemplares coletados no parque durante um inventário florístico – um estudo que visa a identificar espécies de flora de uma região – em 2008. Em 2022, os pesquisadores identificaram que não se tratava de uma árvore já registrada e, em fevereiro deste ano, publicaram o artigo científico que oficializou a descoberta no território fluminense.

O parque

Criado em 1991, o Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset) é a primeira unidade de conservação do Estado do Rio de Janeiro que surgiu a partir da mobilização de movimentos ambientalistas e comunitários. Com cerca de 3.500 hectares, está situado nos municípios de Niterói e Maricá com trilhas e diversos atrativos naturais. O Peset, que é administrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), é considerado uma importante área conservada em perímetro urbano e recebe visitantes durante todo o ano.