Dieta colorida ajuda o cérebro; confira as dicas do jornal The New York Times
Comer frutas e vegetais coloridos pode ser bom para o cérebro. Um dos maiores estudos sobre o tema até hoje descobriu que os flavonoides, substâncias que dão cores vibrantes aos alimentos vegetais, podem ajudar a reduzir sintomas como o esquecimento e a confusão mental moderada que costuma estar entre as queixas comuns das pessoas mais velhas com o avançar da idade. Esse sinal pode às vezes preceder um diagnóstico de demência. As informações são do jornal The New York Times.
A pesquisa foi observacional, portanto não pode provar causa e efeito, embora seu grande escopo e a longa duração aumentem as evidências de que o que comemos possa afetar a saúde do nosso cérebro.
Os cientistas usaram dados de dois grandes estudos contínuos de saúde que começaram no fim dos anos 1970, início dos anos 1980, nos quais os participantes preenchiam questionários de dieta e saúde periodicamente ao longo de mais de 20 anos. A análise acompanhou 49.693 mulheres com idade média de 76 anos e 51.529 homens com idade média de 73 anos.
Os cientistas estimaram a ingestão de cerca de duas dúzias de tipos de flavonoides comumente consumidos, que incluem o betacaroteno das cenouras, a flavona dos morangos, a antocianina das maçãs e outros tipos presente em muitas outras frutas e vegetais. O estudo foi publicado na renomada revista científica Neurology.
O grau de declínio cognitivo subjetivo foi avaliado a partir de respostas “sim” ou “não” dos entrevistados, a sete perguntas sobre as dificuldades para: lembrar-se de eventos recentes? Lembrar-se de coisas de um segundo para o outro? Memorizar uma pequena lista de itens? Seguir instruções faladas? Acompanhar uma conversa em grupo? Orientar-se em ruas conhecidas? Ou se notou uma mudança recente em sua capacidade de lembrar de coisas?
Quanto maior tinha sido a ingestão de flavonoides, descobriram os pesquisadores, menos respostas “sim” às perguntas. Comparado com a parcela de pessoas que relatavam uma menor ingestão de flavonoides, o grupo com o maior consumo tinha 19% menos probabilidade de relatar esquecimento ou confusão.
— Esses são os alimentos que você deve comer para a saúde do cérebro — disse Thomas M. Holland, pesquisador do Rush Institute for Healthy Aging : — Há alguns dados realmente bons aqui, com 20 anos de acompanhamento.
Diferentes benefícios para a saúde mental
De acordo com a principal autora do estudo, Deborah Blacker, professora de epidemiologia de Harvard, essas descobertas de longo prazo sugerem que começar cedo na vida com uma dieta rica em flavonoides pode ser importante para a saúde do cérebro.
Para os jovens e os que estão na meia-idade, ela disse, “a mensagem é que essas substâncias são boas para você em geral, e não apenas para a cognição. É importante descobrir maneiras de incorporar esses alimentos à sua vida. Pense sobre: como faço para encontrar produtos frescos e cozinhá-los de uma forma que seja apetitosa? É essa parte da mensagem aqui”.
O estudo levou em conta, para além da ingestão de flavonoides na dieta e para atividade física, o consumo de álcool, a idade e o índice de massa corporal, entre outros fatores que podem afetar o risco de demência. É importante ressaltar que também considerou a depressão, cujos sintomas em pessoas mais velhas podem ser facilmente confundidos com demência.
Os pesquisadores analisaram não apenas o consumo total de flavonoides, mas também cerca de três dúzias de alimentos contendo essas substâncias específicas. Quantidades maiores de couve-de-bruxelas, morango, abóbora e espinafre cru foram mais associadas a melhores pontuações no teste. As associações à ingestão de cebola, suco de maçã e uva também foram significativas, porém mais fracas.
— Esses são os alimentos que você deve comer para a saúde do cérebro — disse Thomas M. Holland, pesquisador do Rush Institute for Healthy Aging : — Há alguns dados realmente bons aqui, com 20 anos de acompanhamento.