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Dia Mundial Sem Tabaco: saiba por que é preciso parar de fumar

Dia Mundial Sem Tabaco: saiba por que é preciso parar de fumar

Fumar um cigarro significa tragar ou inalar mais de 4 mil substâncias químicas, muitas delas tóxicas ou altamente cancerígenas. Imagine submeter o corpo a esse “bombardeio” várias vezes ao dia durante anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica o tabagismo como a maior causa de mortes evitáveis em todo o mundo e, por isso, criou em 1987 uma data para marcar o Dia Mundial Sem Tabaco, que acontece amanhã, 31 de maio.

O Brasil tem cerca de 21 milhões de fumantes, o que representa 12% de toda a população, segundo o Ministério da Saúde. Ainda é muito, mas houve avanços consideráveis em relação há 30 anos, quando o percentual de brasileiros tabagistas era de 29%.

— Nunca é tarde para parar de fumar. E quanto mais precocemente se faz isso, maiores são as chances de não desenvolver doenças associadas ao tabagismo, como o câncer de pulmão, em que pelo menos 90% dos casos têm relação com o cigarro — diz o oncologista torácico Carlos Gil, presidente do Instituto Oncoclínicas.

Muitas vezes, o câncer de pulmão é descoberto quando já está em estágio avançado, o que dificulta o tratamento. Por isso, como alerta o oncologista, é importante que o fumante procure o médico imediatamente em casos de falta de ar e mudança no padrão da tosse. A recomendação vale também para os fumantes passivos e todos que apresentarem tosse persistente há mais de 14 dias. Exames periódicos são fundamentais para para fumantes e ex-fumantes a partir dos 55 anos, com a realização de tomografia de baixa radiação do tórax.

Se o diagnóstico for confirmado, é preciso manter a calma e saber que houve avanços importantes no tratamento da doença.

— A ciência evoluiu muito e hoje há opções personalizadas, como imunoterapia e drogas-alvo. Na década de 1990, se falava em sobrevida de seis meses. Hoje, essa expectativa mudou e já se vê pacientes com metástase com sobrevida de anos — diz Bruna Carvalho, oncologista do Hospital Marcos Moraes.

Especialistas alertam que recorrer aos cigarros eletrônicos não é uma boa ideia.

— Embora tenham menos produtos de queima, cigarros eletrônicos ainda são uma incógnita. Não há dados suficientes para dizer se eles provocam câncer de pulmão, mas é possível afirmar que s são uma porta de entrada ao tabagismo tradicional. Por isso, são um perigo — afirma Carlos Gil.

Fumantes têm chances pelo menos três vezes mais altas de desenvolver tumores na bexiga do que os não-fumantes. E o tabagismo está associado à doença em 65% dos casos, segundo Lessandro Curcio, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia do Rio de Janeiro.

Homens acima de 65 anos são os mais propensos a desenvolver este tipo de tumor, cujo principal sintoma é a presença de sangue na urina. Se diagnosticado em estágio inicial, o tratamento pode curar o paciente. Se o câncer de bexiga estiver avançado, pode precisar de quimioterapia venosa ou levar à retirada do órgão.

Um inimigo implacável do coração

O tabagismo também é um dos principais vilões quando o assunto é doenças cardiovasculares. O cigarro agride a parede de células que recobre os vasos sanguíneos, fazendo com que as artérias fiquem mais vulneráveis ao acúmulo de gordura.

Há também uma interferência no mecanismo de contração e relaxamento, o que leva a uma maior dificuldade de circulação do sangue. A cada tragada, ocorre um endurecimento das artérias do fumante. Isso faz com que o coração trabalhe mais.

A combinação de acúmulo de gorduras e endurecimento das artérias pode levar ao infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Também estão na lista de doenças causadas ou agravadas pelo tabagismo a diabetes, o câncer de mama e o de garganta.