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Cresce a prática do descarte sustentável de pilhas e baterias

Cresce a prática do descarte sustentável de pilhas e baterias

De janeiro a julho, coleta ultrapassa em duas toneladas os produtos entregues em todo o ano de 2022

Consideradas um tipo de resíduo eletrônico, pilhas e baterias não devem ser descartadas no lixo comum ou na coleta seletiva tradicional. Quando isso acontece, há um risco para a natureza e para a saúde humana, já que seus componentes podem contaminar o meio ambiente.

Resultados apresentados pela Green Eletron — gestora de logística reversa, sem fins lucrativos, fundada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica — mostram que cresceu a conscientização das pessoas em relação ao tema.

Entre janeiro e julho deste ano, a empresa conseguiu recolher e encaminhar para a reciclagem, quase duas toneladas de pilhas e baterias a mais do que o que foi coletado em todo ano de 2022 no Estado do Rio de Janeiro. São 8,3 toneladas em 2023 contra 6,8 toneladas no ano passado.

— Há quem não entenda que uma pilha que joga fora de qualquer maneira, que vai parar em um aterro ou em qualquer outro lugar, causa a contaminação do solo e da água, e consequentemente afeta a saúde das pessoas. Então, temos trabalhado muito forte, nesses últimos anos, para tentar levar essa mensagem para a população: a de que faça o descarte em locais oficiais, de onde o material é levado para uma destinação ambientalmente correta. Hoje, reciclamos 100% de todas as pilhas e baterias que se consegue coletar — diz Ademir Brescansin, gerente executivo da Greem Eletron.

Pontos de coleta

No estado, há 693 pontos de entrega voluntária (PEVs) exclusivos para pilhas e pequenas baterias. Há ainda 120 PEVs de eletroeletrônicos (que também recebem pilhas e baterias), da Green Eletron. Todos os itens, diz a empresa, têm uma destinação final ambientalmente adequada. Na lista há drogarias, supermercados, lojas e lanchonetes, entre outros.

Desde o início do programa — gerenciado pela Green Eletron a partir de 2018 — já foram recicladas mais de 35 toneladas de pilhas e baterias e cerca de 710 toneladas de eletroeletrônicos no Rio de Janeiro.

No Brasil inteiro, há cerca de nove mil pontos de coleta só de pilhas e baterias. É possível encontrar o endereço mais próximo de sua casa usando o localizador https://bit.ly/localizadorpevs . Se o descarte for de eletrodomésticos, a localização também pode ser feita pela internet: https://greeneletron.org.br/localizador.

— As pilhas que a gente coleta em todos os estados são 100 % recicladas. Aquela chapinha de aço delas vão para uma siderúrgica. Pode voltar a ser uma pilha, por exemplo. Mas pode ser usada na fabricação de um carro. Aço é aço — lembra Brescansin.

A Nexa, empresa que faz parte do Grupo Votorantim, é encarregada de fazer a extração dos materiais e encaminhar para uma siderúrgica.

No dia 26 completou um mês a campanha realizada por unidades do Sesc (Flamengo, Tijuca, Ramos e Madureira) e do Senac (Riachuelo, Copacabana e Botafogo) de conscientização ambiental para a entrega de pilhas e baterias. A expectativa, segundo Brescansin, é que esses pontos se tornem permanentes.

— Fazemos muitas campanhas de conscientização, inclusive nas escolas, para que a criançada leve as coisas que não servem mais. Levar essa mensagem de educação ambiental é algo que pode mudar a cabeça dessas crianças para daqui a alguns anos — afirma ele.

Doenças graves

Dependendo do seu tipo, pilhas e baterias podem conter zinco, cádmio, chumbo, mercúrio, cobre e lítio, dentre outros produtos químicos perigosos. Confira seis doenças graves que se pode contrair por causa da poluição provocadas por pilhas e baterias, enumeradas pela Universidade Federal de Uberlândia:

Perda de memória:

A ingestão de mercúrio por meio, por exemplo, de peixes contaminados, debilita as funções cerebrais causando perda de memória e outros distúrbios psíquicos.

Insuficiência renal crônica:

A ingestão de cádmio, por meio de água e alimentos contaminados, causa graves problemas aos rins. Isso porque o cádmio tem vida biológica longa (de dez a 30 anos) e demora a ser eliminado pelo organismo humano.

Inflamações dos pulmões:

A inalação do cádmio, por meio da fumaça proveniente da sua queima, pode causar pneumonite (inflamação de pulmões, bronquíolos e alvéolos pulmonares) e edema pulmonar (acúmulo de líquido nos pulmões).

Insuficiência Cardíaca:

A Intoxicação por lítio pode causar um distúrbio no chamado nó sinusal. Essa estrutura, que envia estímulos elétricos, dos quais dependem o funcionamento do coração, pode ser afetada pelo elemento alcalino.

Distúrbios digestivos:

Tanto o chumbo quanto o cádmio podem afetar o sistema digestivo.

Danos nas articulações:

A contaminação do organismo humano por chumbo pode deixar as articulações do corpo paralisadas. As primeiras a serem afetadas são as dos dedos e do pulso.