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Cientistas desenvolvem bacon para pessoas com alergia a carne vermelha

Cientistas desenvolvem bacon para pessoas com alergia a carne vermelha

Já imaginou comer um delicioso bacon sem se preocupar com o fato de a iguaria ser proveniente de um porco? Um laboratório americano está desenvolvendo um bacon que não é derivado do animal, podendo ser a solução para as pessoas que têm alergia à carne vermelha.

O mesmo laboratório já havia criado antes porcos geneticamente modificados para cultivar órgãos na tentativa de realizar transplantes para humanos. Agora, ele também se torna um fornecedor de produtos suínos, especificamente para quem sofre de um tipo de alergia à carne vermelha, transmitida por carrapatos.

Segundo o “New York Post”, vários pacientes já testaram o bacon feito em laboratório, gratuito e exclusivo, graças a uma parceria entre cientistas, que esperam, principalmente, estudar os mecanismos por trás da rara doença, segundo uma publicação do “The Atlantic”.

A doença foi descrita pela primeira vez em 2008, decorrente de uma picada de um carrapato. Embora os médicos ainda não tenham certeza de como essa reação é desencadeada, ela faz com que o sistema imunológico ataque uma molécula de açúcar encontrada na carne, chamada alfa-gal — daí o nome “síndrome alfa-gal”, que é uma alergia à carne vermelha.

Mas a descoberta pode ter também resultados comerciais. Ainda em 2020, a Food and Drug Administration (FDA, órgão americano para controle de qualidade de alimentos) concedeu ao laboratório de Maryland permissão para realizar testes em humanos, na esperança de desenvolver produtos médicos sem o ingrediente potencialmente prejudicial a alguns organismos.

Embora as vendas comerciais de alimentos não fossem um ponto do estudo, à época, eles estavam cientes do potencial dos porcos para pessoas com síndrome alfa-gal, e, assim, se tornaram apenas o segundo animal geneticamente modificado a ser aprovado pela FDA como alimento.

Agora, a empresa já explora o negócio, vendendo pacotes refrigerados de bacon, presunto, carne de porco moída, costeletas e ombros de porco sem alfa-gal para pessoas afetadas pela síndrome.

Quem já experimentou a novidade relatou que tem gosto de carne de porco “normal”.

– A única coisa ruim é que me lembrou como a carne de porco é deliciosa – disse Sharon Forsyth, uma blogueira que administra o site Alpha-gal Information, que aborda questões relativas à doença.