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Casos de diabete tipo 2 entre jovens aumentou significativamente em 30 anos

Casos de diabete tipo 2 entre jovens aumentou significativamente em 30 anos

Estudo aponta que mulheres e pessoas que vivem em países em desenvolvimento são os mais afetados

O diabetes tipo 2 é tradicionalmente desenvolvido por pessoas de meia-idade e idosos. A disfunção é conhecida por acarretar riscos aumentados de complicações graves, como doenças cardíacas, perda de visão e morte. Por isso, uma pesquisa publicada por cientistas chineses no jornal The BMJ today chama atenção. Os autores alertam que as taxas de diabetes tipo 2 em adolescentes e adultos jovens aumentaram substancialmente de 1990 a 2019.

Para chegar nesta conclusão, foram analisados dados do Global Burden of Disease Study, por meio dos quais os pesquisadores estimaram a incidência de novos casos, mortes e desenvolvimento precoce de incapacidades devido ao diabetes tipo 2, focando a análise em adolescentes e adultos jovens, que têm entre 15 a 39 anos e vivem em mais de 204 países e territórios espalhados pelo mundo.

Os resultados mostram que a taxa de incidência para diabetes tipo 2 em adolescentes e adultos jovens aumentou de 117 por 100.000 habitantes, em 1990, para 183 por 100.000, em 2019. Também foi possível identificar que mulheres com menos de 30 anos e pessoas que vivem em países com índice sociodemográfico “baixo-médio” e “médio” foram particularmente afetadas.

Quanto aos fatores de risco que podem ser atribuídos ao aumento da incidência de diabete tipo 2 em jovens, os pesquisadores destacam o alto índice de massa corporal como um indicador global e chamam atenção para outros fatores que variam entre regiões. A influência da poluição do ar ambiente e a influência do tabagismo, por exemplo, afeta mais aqueles que vivem em países com alto índice sociodemográfico. Já proporções altas de poluição do ar doméstico com combustíveis sólidos e uma dieta pobre em frutas, são fatores mais presentes nas análises de locais com baixo índice sociodemográfico.

Embora várias técnicas tenham sido usadas para reduzir o viés e a imprecisão dos dados, os pesquisadores tomam o cuidado de ponderar que o levantamento pode ter algumas limitações, como diferenças na definição do que é diabetes tipo 2 e uma alta probabilidade de subdiagnóstico em muitos países, mas confirmam que o que chamam de “tendência ascendente do ônus do diabetes tipo 2 de início precoce” se mostra clara nos resultados.

“Essas descobertas fornecem uma base para entender a natureza epidêmica do diabetes tipo 2 de início precoce e exigem ações urgentes para lidar com o problema em uma perspectiva global”, finalizam os pesquisadores em comunicado para a imprensa.