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Brasil deve ter 120 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço até 2025

Brasil deve ter 120 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço até 2025

O câncer de cabeça e pescoço é uma preocupação na comunidade médica, e a estimativa é que até 2025, o Brasil registre 120 mil novos casos da doença. Uma preocupação é que a condição está conquistando novos públicos: antes, a prevalência era muito maior em homens acima dos 40 anos, mas vem aumentando nas mulheres e nos jovens a partir dos 20.

Para se ter uma noção, há 30 anos, a proporção de diagnósticos de tumores de cabeça e pescoço era de oito homens para cada caso diagnosticado em mulheres. No entanto, atualmente a proporção está em dois casos em homens para cada caso em mulher.

A teoria dos especialistas gira em torno do aumento do consumo de cigarro entre mulheres. O aumento de casos entre o público mais jovem, por sua vez, pode ter relação com a infecção por HPV (vírus do papiloma humano). Um fator que tem contribuído é a baixa cobertura vacinal.

Inclusive, recentemente, no Reino Unido, um britânico chamado Steve Bergman teve câncer associado ao HPV. Ele buscou ajuda médica por causa de uma insistente dor de garganta e cansaço constante, e após algumas tentativas de diagnóstico, o paciente de 55 anos descobriu que estava com câncer de garganta, provocado pela infecção realizada através do contato sexual oral.

O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima 15,1 mil novos casos de câncer de boca, 16.660 casos de tireoide e 7.790 de laringe para cada, de 2023 a 2025.

Câncer de cabeça e pescoço

O câncer de cabeça e pescoço engloba uma série de tumores malignos que podem aparecer na cavidade oral, faringe, laringe, cavidade nasal, seios paranasais, tireoide e glândulas salivares. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado, o que aumenta a taxa de mortalidade.

Ainda conforme dados divulgados pela Pasta, entre 2017 e 2020, a taxa de mortalidade ajustada no Brasil variou de 5,69 óbitos por 100 mil habitantes, em 2017, para 5,12 óbitos por 100 mil habitantes, em 2020.

O alerta é feito principalmente para fumantes, uma vez que o consumo do tabaco aumenta em até cinco vezes a chance de desenvolvimento da doença.

Como prevenir câncer de cabeça e pescoço

A estratégia de prevenção do câncer de cabeça e pescoço tem como base a eliminação dos fatores de risco, o que envolve não fumar, evitar o consumo de bebidas alcóolicas e utilizar preservativos durante o sexo oral. Os médicos também recomendam uma alimentação saudável.

Além de uma alimentação pobre em frutas, legumes e verduras, outro fator de risco é o vírus HPV. Existem subtipos que estão relacionados ao câncer de cabeça e pescoço, principalmente na região da orofaringe.

O tabagismo é um dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço (Imagem: Wirestock/Freepik)
O tabagismo é um dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço (Imagem: Wirestock/Freepik)

Os profissionais da área da saúde ainda alertam que o diagnóstico precoce é fundamental, e que as pessoas não devem postergar a ida ao médico, que por sua vez deve efetuar uma investigação diagnóstica e encaminhar para tratamento assim que houver a identificação do câncer.

Sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço

Os principais sinais e sintomas desse tipo de tumor incluem aparecimento de um nódulo no pescoço, ferida na cavidade oral que não cicatriza em até 15 dias, dor de garganta que não melhora, dificuldade para engolir e alterações na voz ou rouquidão. Embora possam estar relacionados a outras condições clínicas, esses sintomas devem ser investigados.

O Ministério da Saúde reforça que a assistência especializada aos pacientes com câncer de cabeça e pescoço abrange sete tipos de ações a depender de cada caso: diagnóstico, cirurgia oncológica, radioterapia, quimioterapia (oncologia clínica, hematologia e oncologia pediátrica), medidas de suporte, reabilitação e cuidados paliativos.