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Até 2030, astronautas estarão vivendo e trabalhando na Lua, diz diretor da NASA

Até 2030, astronautas estarão vivendo e trabalhando na Lua, diz diretor da NASA

Howard Hu, chefe do programa da cápsula Orion, considerou início da missão não tripulada Artemis 1 à órbita lunar um primeiro passo para a exploração do espaço profundo

A Nasa iniciou a missão Artemis 1 no último dia 16 de novembro, com o envio da cápsula não tripulada Orion à órbita lunar. A agência espacial tem grandes planos para a exploração da Lua: segundo Howard Hu, diretor do programa da espaçonave Orion, até 2030, humanos habitarão o satélite.

Em entrevista ao programa de TV Sunday with Laura Kuenssberg, da rede BBC, Hu estimou que, antes mesmo do final da década, astronautas estarão na Lua, com habitats nos quais viver e rovers que lhes ajudarão a trabalhar.

“Teremos pessoas vivendo [na Lua] por períodos, dependendo de quanto tempo estaremos na superfície”, disse o porta-voz da Nasa. “Vamos enviar pessoas para a superfície, e elas vão viver nessa superfície e fazer ciência.”

Segundo o jornal britânico The Guardian, Hu foi encarregado de comandar o programa Orion em fevereiro. Ele considerou a decolagem do foguete Space Launch System (SLS), que lançou a nave a partir do Centro Espacial Kennedy, na Flórida , “um primeiro passo para a exploração do espaço profundo a longo prazo, não apenas para os Estados Unidos, mas para o mundo”.

“Acho que este é um dia histórico para a Nasa, mas também para todas as pessoas que amam o voo espacial humano e a exploração do espaço profundo”, comentou ele no programa de TV. “Estamos voltando para a Lua. Estamos trabalhando em um programa sustentável e este é o veículo que levará as pessoas que nos levarão de volta à Lua.”

Foguete Space Launch System (SLS) decola no Centro Espacial John F. Kennedy, na Flórida (EUA) — Foto: Nasa/Keegan Barber

Foguete Space Launch System (SLS) decola no Centro Espacial John F. Kennedy, na Flórida (EUA) — Foto: Nasa/Keegan Barber

O lançamento da cápsula Orion, a bordo do foguete SLS, ocorreu após uma série de adiamentos. Com o sucesso da decolagem, a Nasa informou que, no último domingo (20), a nave entrou na esfera de influência lunar às 16h09 no horário de Brasília.

Orion percorrerá mais de 2 milhões de km por 25 dias durante a Artemis 1, antes de retornar à Terra — a maior distância que uma espaçonave construída por humanos já percorreu. Seu pouso está marcado para acontecer no Oceano Pacífico, em 11 de dezembro.

Uma missão bem-sucedida abrirá caminho para os voos de acompanhamento Artemis 2 e 3, cujo objetivo é enviar humanos ao redor da Lua e de volta ao satélite. Espera-se que a missão Artemis 3, que deve ser lançada a partir de 2026, permita à humanidade caminhar pela superfície lunar pela primeira vez desde a Apollo 17, em dezembro de 1972.

A jornada pode levar a primeira mulher e a primeira pessoa negra ao satélite. O programa Artemis também planeja a construção da estação espacial Lunar Gateway, onde astronautas trabalharão enquanto orbitam o satélite, preparando-se para descobertas ainda mais distantes no Sistema Solar.

“O próximo passo é realmente para Marte”, disse Hu à BBC. “Este é um trampolim maior, uma jornada de dois anos, então será muito importante aprender além da órbita da Terra.”