Anchor Deezer Spotify

Aspartame: um dos adoçantes mais comuns do mundo pode ser cancerígeno, segundo OMS

Aspartame: um dos adoçantes mais comuns do mundo pode ser cancerígeno, segundo OMS

Adoçante entrou na mira de uma agência ligada à Organização Mundial da Saúde

O aspartame, um dos adoçantes artificiais mais utilizados no mundo, deve ser declarado como possível cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). A decisão foi tomada no início de junho e será anunciada em 14 de julho.

A reclassificação do aspartame não leva em conta uma quantidade mínima que pode ser considerada segura para o consumo. O objetivo da medida é incentivar a realização de pesquisas para avaliar potenciais perigos do produto.

O Comitê Misto FAO/OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares também está revisando o uso da substância. Desde 1981, a entidade afirma que o consumo de aspartame é seguro dentro dos limites diários aceitos. Um adulto de 60 kg, por exemplo, só estaria em risco se bebesse todos os dias entre 12 e 36 latas de refrigerante diet.

O aspartame é usado em produtos como refrigerantes dietéticos. Cerca de 95% dos refrigerantes carbonatados, bebidas efervescentes não alcoólicas, que contêm adoçante usam aspartame.

No Brasil

  • A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) considera o aspartame seguro e destaca o consenso sobre o assunto existente entre diversos comitês internacionais.
  • Um informe técnico da agência não cita nenhuma correlação do produto com o câncer.
  • O texto ressalta que o aspartame vem sendo objeto de extensa investigação científica, incluindo estudos experimentais, pesquisas clínicas, estudos epidemiológicos e de exposição e vigilância pós-mercado.

Uma discussão antiga

  • No ano passado, uma pesquisa observacional feita na França com 100 mil adultos mostrou que pessoas que consumiam grandes quantidades de adoçantes artificiais, incluindo aspartame, apresentavam risco ligeiramente maior de ter câncer.
  • Outra pesquisa, do Instituto Ramazzini, na Itália, no início dos anos 2000, relatou que alguns tipos de câncer em camundongos e ratos estavam ligados ao aspartame.

Histórico de decisões polêmicas

  • Em 2015, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer concluiu que o glifosato é “provavelmente cancerígeno”. Anos depois, diversos órgãos contestaram a avaliação.
  • Alertas da agência também enfrentaram críticas por provocar alarmes desnecessários sobre substâncias ou situações difíceis de evitar.
  • Anteriormente, a entidade classificou o trabalho noturno e o consumo de carne vermelha na categoria “provavelmente causadores de câncer”. O uso de telefones celulares recebeu a mesma tipificação, semelhante à do aspartame.