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Árvores geneticamente modificadas podem capturar mais carbono

Árvores geneticamente modificadas podem capturar mais carbono

Previamente testadas em laboratório, as espécies modificadas capturaram 27% mais dióxido de carbono do que as naturais. Agora, elas começam a ser cultivadas no mundo real

A compensação de carbono por plantio de árvores já é uma prática comum ao redor do mundo. Mas uma startup em São Francisco, nos Estados Unidos, pode ter encontrado uma forma de otimizar este processo através de espécies modificadas geneticamente para absorver mais gás carbônico e crescer aceleradamente.

As árvores escolhidas foram os choupos ou álamos, do gênero Populus. Como a maioria das espécies, durante a fotossíntese, elas realizam também a fotorrespiração, uma via metabólica dispendiosa que consome energia extra e libera uma porcentagem do CO₂ de volta à atmosfera. Para reduzir a fotorrespiração, a Living Carbon, startup responsável pelo programa genético, inseriu três genes nas árvores modificadas, sendo um de abóbora e outro de algas verdes.

Essa é a nossa resposta à pergunta: somos capazes de armazenar carbono com a mesma engenhosidade que nos permitiu liberá-lo?
— Maddie Hall, CEO da Living Carbon

Os testes em laboratório, realizados em estufa durante 5 meses, relatam que os choupos modificados cresceram até 53% mais e capturaram 27% mais dióxido de carbono do que suas versões naturais. Agora, a startup precisa provar que esses resultados são possíveis no mundo real. No mês de fevereiro de 2023, foram plantadas as primeiras fileiras de choupos modificados em terrenos privados no sul da Geórgia.

Os dados foram coletados no cultivo em laboratório, com as melhores condições de luz para a fotossíntese — Foto: Living Carbon / Divulgação

Os dados foram coletados no cultivo em laboratório, com as melhores condições de luz para a fotossíntese — Foto: Living Carbon / Divulgação

Até meados de 2024, a Living Carbon pretende plantar de 4 a 5 milhões de árvores geneticamente modificadas. “Focamos especificamente em terras onde as árvores de outra forma não seriam plantadas, como minas abandonadas – onde não há um ecossistema rico e existente que permita uma excesso de remoção de carbono no momento”, explica Maddie Hall, CEO da startup.

Em 2021, a empresa recebeu uma doação de 500 mil dólares do Departamento de Energia, que previu que as árvores geneticamente modificadas poderiam remover bilhões de toneladas de dióxido de carbono da atmosfera se plantadas em escala. Eventualmente, a Living Carbon pretende vender créditos para compensação de carbono por organizações que buscam atingir emissões líquidas zero.