Você sabe como usar o manjericão? Confira benefícios para saúde e receita

Manjericão pode ser utilizado para realçar o sabor de diversos pratos e no tratamento de doenças

Manjericão

Manjericão, essa erva tão utilizada na culinária brasileira, encanta muita gente devido ao aroma e ao sabor deliciosos.

Mas o que nem todos imaginam é que essa planta, pertencente à família Lamiacea, apresenta uma série de benefícios à saúde, além de vários usos na cozinha… E é muito fácil de cultivar!

Diferentes tipos

Devido à polinização cruzada que ocorre com o manjericão, a variabilidade genética da planta é muito facilitada, o que faz com que esse vegetal ocorra em muitas subespécies, variedades e formas.

Somente em relação à espécie Ocimum basilicum há mais de 60 variedades, o que dificulta muito sua classificação.

O que torna a identificação do manjericão um pouco mais fácil é sua diversidade de aromas, que, popularmente falando, permite que os diferentes tipos sejam nomeados de acordo com o cheiro que produzem. A exemplo disso temos o manjericão-doce, manjericão-limão, manjerição-cinamato (ou canela), manjericão-cânfora, manjericão-anis e manjericão-cravo.

Óleos essenciais

As substâncias ativas das plantas medicinais como o manjericão formam dois tipos diferentes, sendo que o primeiro tipo faz parte do metabolismo primário e o segundo tipo faz parte do metabolismo secundário. O metabolismo primário comporta substâncias indispensáveis para a planta e que se formam graças ao processo fotossintético. O metabolismo secundário, oriundo do primário, aparentemente sem atividade na planta, possui efeitos terapêuticos notáveis aos humanos. Tais efeitos são gerados por substâncias denominadas princípios ativos ou compostos secundários.

Os óleos essenciais presentes nas plantas atraem agentes polinizadores, atuam na defesa contra herbívoros, regulam taxa de decomposição da matéria orgânica no solo e atuam como agentes antimicrobianos. Industrialmente, podem ser utilizados como antioxidantes ou aromatizantes dos alimentos, entre outros usos. Os óleos essenciais são formados principalmente por terpenos voláteis. Para saber mais sobre esse assunto confira a matéria “O que são terpenos?“.

Os óleos essenciais feitos a partir dos diversos tipos de manjericão possuem uma série de propriedades terapêuticas. Para saber mais sobre os óleos essenciais, confira a matéria “O que são e para que servem os óleos essenciais?”; e para conferir as propriedades terapêuticas do óleo essencial do manjericão e seus diversos tipos, continue a leitura:

Tipos de manjericão

O gênero Ocimum é o manjericão do tipo europeu, o mais valorizado no mercado, o óleo essencial desse gênero é extraído das folhas e flores do manjericão por meio de hidrodestilação. Os principais constituintes desse gênero são o linalol (40,5% a 48,2%) e metil-chavicol (estragol) (28,9% a 31,6%). Mas a composição química do óleo essencial pode ser bastante variável devido à diversidade genética, ao habitat e aos tratos culturais.

Nesse gênero podemos encontrar as espécies Ocimum americanum L.O. basilicum L.O. campechianumO. gratissimum L. e O. selloi Benth.

Essa diversidade, em termos quantitativos e qualitativos, revela toda a complexidade de constituição dos óleos essenciais, que, por definição, são misturas complexas, podendo conter cem ou mais compostos orgânicos, e são normalmente voláteis aromáticos que conferem odor característico à planta.

Entre as espécies de manjericão de maior importância encontram-se o Ocimum gratissimum(manjericão-doce), Ocimum basilicum (manjericão-branco), Ocimum tenuiflorum e Ocimum selloi Benth, que são fontes de óleos essenciais para produção de fármacos, perfumes e cosméticos.

Alfavaca-cravo

Manjericão alfavaca-cravo

Ocimum gratissimum, L ou, popularmente falando, alfavaca-cravo, é um tipo de manjericão originário da Ásia que também ocorre em todo o Brasil. O nome alfavaca é dado a várias plantas do mesmo gênero, muito parecidas umas com as outras. Ela pode ser facilmente reconhecida pelo aroma forte e agradável que lembra o cravo-da-índia. As flores são pequenas, de coloração roxo-pálidas, geralmente dispostas em grupos de três. Os frutos são do tipo cápsula, pequenos, possuindo quatro sementes esféricas.

Como cultivar

Esse manjericão pode ser propagado a partir de sementes e por meio de estacas, e ser plantado no espaçamento de 0,80 m entre fileiras e 0,40 m entre plantas. Adapta-se bem a qualquer tipo de solo. É uma planta perene, muito cultivada em hortas, quintais e jardins.

Necessita de irrigação diária até o período da floração, que ocorre em torno de sessenta dias. A colheita das folhas pode ser realizada pela manhã ou entre às 11 e 13 horas, período em que o teor de eugenol é mais elevado.

Como usar manjericão alfavaca cravo

Uma das melhores formas de aproveitar os benefícios do manjericão alfavaca cravo é por meio do óleo essencial.

Toda parte aérea da planta contém óleo essencial rico em eugenol e eucaliptol, cujas concentrações variam ao longo do dia. As folhas e flores da alfavaca-cravo contêm, respectivamente, 3,6% e 0,02% de óleo essencial, cujo teor de eugenol alcança em cada um 77,3% e 50,17%.

A presença do eugenol confere à planta e ao seu óleo essencial ação antisséptica local contra alguns fungos (Aspergillus e Trichoderma) e bactérias (Staphylococcus). O eucaliptol é expectorante e desinfetante pulmonar.

Folhas, flores e frutos secos e pulverizados são excelente mistura para tempero.

Alfavaca-miúda

Manjericão alfavaca-miúda

Ocimum micranthum Wild, L; alfavaca-de-galinha ou alfavaca-miúda é um tipo de manjericão anual, com altura aproximada de 30 cm. As folhas são finas e as flores possuem coloração azulada.

Como cultivar

A espécie alfavaca-de-galinha se adapta bem em clima subtropical e se desenvolve em solos permeáveis e ricos em matéria orgânica. Para saber como produzir sua própria matéria orgânica em casa confira a matéria “Guia da compostagem: recicle todo resíduo orgânico da sua casa de maneira sustentável“.

Para cultivar a alfavaca-de-galinha é necessária a utilização de sementes coletadas de plantas sadias de um local idôneo ou horto-medicinal. Recomenda-se fazer o plantio definitivo no espaçamento de 0,50 m x 0,50 m, com adubação de 5 kg/m² de matéria orgânica. A floração ocorre em torno de cinquenta dias. A colheita das plantas é realizada aos sessenta dias, de preferência, pela manhã.

Como usar manjericão alfavaca-de-galinha

Essa planta é uma importante fonte de óleos essenciais, presentes em folhas, flores e sementes, largamente utilizados pela indústria farmacêutica, por conterem eugenol, metileugenol, e linalol, também utilizados pela indústria de alimentos e perfumes.

Na medicina tradicional, o extrato das folhas do manjericão é empregado para tratar problemas nas vias respiratórias, reumatismo, paralisias, epilepsia e doenças mentais, além de conter compostos biologicamente ativos que são utilizados naturalmente como inseticida, nematicida, fungicida ou antimicrobial.

Alfavaca-cheiro-de-anis

Manjericão Alfavaca-cheiro-de-anis

Ocimum selloi Benth ou, popularmente falando, elixir paregórico (tintura empregada contra dores intestinais e diarreia), atroveran, alfavaquinha, alfavaca-cheiro-de-anis, é um subarbusto perene, aromático, ereto, ramificado, de 40 cm a 80 cm de altura, nativo do sul do Brasil. Suas folhas são simples, opostas, membranáceas, de 4 cm a 7 cm de comprimento, com aroma semelhante ao da essência de anis. As flores são pequenas, de cor branca. Os frutos são de cor escura e não se separam facilmente da semente.

Como cultivar

Multiplica-se tanto por sementes quanto por estacas, desenvolvendo-se bem em áreas com sol abundante, terrenos bem drenados, ricos em matéria orgânica. Porém, vegeta também em terrenos pedregosos e arenosos do litoral e em terras altas (1.500 m). Não tolera ventos fortes e umidade elevada. A colheita deve ocorrer de duas a três semanas antes da floração para aproveitamento total da essência. São fundamentais os cuidados no manejo das plantas, assim como no beneficiamento e no armazenamento, visando a qualidade da matéria-prima.

Como usar manjericão-atroveran

As parte utilizadas dessa planta são as folhas e flores, e o seu óleo essencial possui cineol, metilchavicol e linalol; flavonoides e ácidos triterpênicos. Seus compostos possuem propriedades terapêuticas antimicrobiana e analgésica, podendo ser utilizado na forma de infuso (chá) para problemas digestivos e eliminação de gases intestinais, e na forma de tintura utilizada em água para bochechos indicada em casos de aftas, além de ação comprovada como repelente de insetos.

Manjericão-toscano

Manjericão-toscano

Ocimum basilicum, L., conhecido também por manjericão-toscano, manjericão-italiano e basilicão, é uma planta vigorosa, folhosa de caule bem ramificado. Atinge de 40 cm a 50 cm de altura. As folhas são grandes, de cor verde clara quando a planta é jovem e verde mediano quando adulta. O florescimento é tardio e a colheita pode ser feita em diversas épocas do ano. As folhas são muito aromáticas.

Como cultivar

O plantio pode ser feito em vasos ou em viveiros durante todo o ano. Em campo aberto, pode ser cultivado no período quente, guardando-se cerca de 30 cm entre cada planta. Preparar bem os canteiros, levantando-os 15 cm de altura. Usar 150 g de matéria orgânica bem curtida para cada metro quadrado de canteiro e misturar bem. Semear e cobrir com 0,5 cm de solo leve ou serragem fina. O espaçamento recomendado é 30 cm entre linhas e 30 cm entre plantas. Irrigar pelo menos uma vez por dia, preferencialmente ao início da manhã ou no final da tarde.

Como usar manjericão-toscano

A parte mais utilizada desse tipo de manjericão são as folhas, que são ricas em linalol. O uso mais conhecido é na culinária, para temperar vários tipos de alimentos, mas dele também são extraídos óleos essenciais. É também utilizado para tratar calafrios e reduzir a febre, congestão e dores associadas. Possui propriedade bactericida e ação fungicida. As folhas do basilicão são utilizadas em coceiras da pele, mordida de inseto e afecções de pele. Controla níveis de açúcar no sangue, é antiespasmódico e analgésico, diminui a pressão sanguínea, reduz febre, tem ação fungicida e é anti-inflamatório.

Manjericão-doce

Manjericão-doce

Ocimum basilicum, L; manjericão-branco, alfavaca, alfavaca-doce, manjericão-doce, remédio-de-vaqueiro, segurelha, alfavaca-d’américa, erva-real, basílico-grande, manjericão-de-folha-larga ou alfavaca-cheirosa é um subarbusto aromático, anual, ereto, muito ramificado, de 30 cm a 60 cm de altura, muito cultivado em quase todo o Brasil. O manjericão-doce é verde-claro a avermelhado na base, possui folhas simples, com margens onduladas, e nervuras salientes, ovaladas e verdes-claras, com cheiro forte e ardente, mas fresco. As flores se reúnem em número de seis e são pequenas, aromáticas e esbranquiçadas, ligadas em terminais curtos.

Como cultivar

A propagação é por semeadura ou estaquia de galhos. Recomenda-se o cultivo com espaçamento de 30 cm a 40 cm entre plantas e 60 cm entre linhas, em solos leves e ricos em matéria orgânica, terrenos ensolarados e bem drenados. As folhas devem ser colhidas pouco antes do florescimento, pois o teor de óleo diminui durante a floração.

Como usar manjericão-doce

As folhas do manjericão-doce são ricas em vitamina A e C, além de terem vitaminas B (1, 2, 3) e são uma fonte de minerais (cálcio, fósforo e ferro). A planta possui taninos, flavonoides, saponinas, cânfora e o óleo essencial contém timol, estragol, metil-chavicol, linalol, eugenol, cineol e pireno… Substâncias que dão ao manjericão-doce propriedades terapêuticas sudorífera e diurética.

O chá (infuso) das folhas frescas é utilizado em crianças recém-nascidas para tratamento caseiro de cólicas. É utilizado ainda em casos de afecções do estômago, gripes e problemas respiratórios. O uso dessa espécie pode ser feito de duas maneiras: terapêutico ou condimentar, sendo comercializada na forma fresca inclusive em feiras e supermercados. Existem cultivares de folhagem arroxeada para uso ornamental. A literatura cita tal utilização para afastar insetos, especialmente mosquitos.

Maria-bonita

Manjericão Maria-bonita

Ocimum basilicum, L. ou maria-bonita é originário do sudoeste da Ásia e da África Central e de ocorrência subespontânea no Brasil. A depender do local em que é cultivado, pode ser uma planta anual ou perene. A maria-bonita é proveniente do acesso PI 197442, oriundo do Banco de Germoplasma North Central Regional PI Station, Iowa State University, EUA. É a primeira cultivar de manjericão melhorada e registrada no Brasil. Apresenta forma de copa arredondada, com pétala rósea e sépala roxa. A cultivar maria-bonita possui comprimento médio de folha de 6,5 cm e largura de folha de 2,8 cm, largura média de copa de 45,70 cm, diâmetro médio do caule de 1,32 cm, altura média de 45,50 cm e hábito de crescimento ereto, o que, em conjunto, favorece a sua colheita, tanto manual como mecanizada. Possui cerca de 85% de umidade nas folhas e flores e 80% no caule, com ciclo médio de 80 dias para o florescimento.

Como cultivar

A propagação é por semeadura ou estaquia de galhos. Recomenda-se o cultivo em locais ensolarados com espaçamento de 40 cm entre plantas e 60 cm entre linhas, em solo leve, bem drenado e rico em matéria orgânica. A irrigação deverá ser feita de acordo com a necessidade. As folhas devem ser colhidas pouco antes do florescimento, pois o teor de óleo diminui durante a floração.

Como usar manjericão-maria-bonita

A cultivar maria-bonita tem alto teor e rendimento de óleo essencial, além do alto teor de linalol, na sua constituição química, para cultivo no Nordeste brasileiro. Possui teor de 4,96% de óleo essencial, e rendimento de 1,18 mL por planta. Seu componente principal é o linalol (78,12%).

Essa espécie é comercialmente cultivada para utilização de suas folhas verdes e aromáticas, que são usadas frescas ou secas como aromatizante ou tempero. Seu óleo essencial possui atividades anticonceptiva e antigiardial.

Manjericão-santo

Manjericão-santo

Ocimum tenuiflorum, L; alfavaca-da-Índia ou manjericão-santo é uma planta originária da Índia que ocorre em clima tropical. É um pequeno arbusto anual, com folhas pequenas, cheiro forte e agradável, flores de coloração purpúrea e sementes muito pequenas.

Como cultivar

A espécie se adapta bem em climas subtropicais e vegeta em solos permeáveis e ricos em matéria orgânica. Propaga-se por sementes e por enraizamento de estacas. O plantio é feito no espaçamento 0,25 m x 0,50 m e adubação com 5 kg/m² de matéria orgânica. A colheita das folhas deverá ser feita quando a planta entrar em floração, de preferência pela manhã.

Como usar manjericão-manso

Folhas e inflorescências.

Composição química

Possui óleo essencial rico em eugenol nas folhas (79% a 83%) e nas inflorescências (18%–60%). Entre outros constituintes, apresenta elevado teor de ácido ursólico, sendo também relatada a presença de flavonoides, esteroides, antocianinas e outros triterpenos.

O manjericão-manso possui atividade antimicrobiana e antioxidante. Dados etnobotânicos revelam que tenha sido utilizada pela população do Nordeste do Brasil, desde o século XVII, durante o período colonial para banhos ritualísticos aromáticos, e como um chá para o tratamento de problemas comuns gastrointestinais e também para tempero especial em alimentos.

Receita risoto manjericão

Ingredientes

  • 1 1/2 xícara de arroz arbóreo;
  • 1 cebola grande picada;
  • 2 colheres de sopa de alho-poró picado;
  • 2 tomates grandes bem maduros e sem sementes;
  • 1 litro de caldo de legumes caseiros;
  • suco de 1/2 limão;
  • sal a gosto;
  • pimenta-do-reino a gosto;
  • 1 colher de chá de páprica em pó;
  • 2 colheres de sopa de azeite;
  • folhas frescas de manjericão a vontade.

Modo de preparo

Separe uma panela, adicione azeite e aqueça. Coloque cebola, em seguida acrescente o alho-poró e misture bem. Deixe refogar por alguns minutos até dourar. Tempere com sal e adicione o arroz arbóreo, mexendo sempre. Aumente o fogo, deixe fritar. Em seguida, adicione um pouco do caldo de legumes e continue mexendo. Adicione metade dos tomates previamente picados sem sementes e com casca.

Continue mexendo e acrescentando o caldo de legumes aos poucos conforme o caldo for secando e o arroz, grudando. Tempere com páprica. Junte agora o restante dos tomates e algumas folhas de manjericão e continue adicionando mais caldo. Após 20 minutos ou quando o arroz estiver macio, adicione pimenta, suco de limão e finalize com mais folhas de manjericão. Espere dois minutos e sirva.

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