Paraíba desenvolve políticas públicas de prevenção e combate às drogas

O Governo do Estado desenvolve um conjunto de ações intersetoriais para atendimento dos dependentes químicos, prevenção e combate às drogas na Paraíba. Os resultados desse trabalho se revelam em números bastante positivos, como no caso do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) que já atendeu mais de 185.500 alunos de escolas públicas em todo o Estado e até no caso do Projeto de Inclusão Social através da Música e das Artes (Prima), que já ajudou a tirar da situação de vulnerabilidade social pelo menos 5 mil jovens, alguns com histórico de convivência com o mundo das drogas.

Já o Programa Estadual de Políticas sobre Drogas (PEPD), em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad), mantém 12 contratos com comunidades terapêuticas (CTs) espalhadas pelo Estado, disponibilizando 233 leitos para acolhimento e tratamento gratuito de pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de drogas.

Com relação ao combate ao tráfico de drogas, a Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (SEDS) contabiliza a retirada de circulação, na Paraíba, de aproximadamente 11,8 toneladas de entorpecentes, entre 2010 e junho deste ano. Só no primeiro semestre deste ano, as Forças de Segurança da Paraíba apreenderam 484,69 quilos de drogas no Estado. Os dados são do Núcleo de Análise Criminal e Estatística (NACE) da SEDS.

Outra ação importante foi a realização, no último mês de abril, do curso de capacitação de “Identificação e Encaminhamento de Dependentes Químicos”, promovido pela Polícia Civil da Paraíba. A capacitação foi voltada para os policiais civis e militares, e se estendeu também para os Núcleos de Saúde destas instituições, além dos servidores da Secretaria de Estado da Educação, visando a prevenção e tratamento de dependentes químicos.

A Secretaria de Estado da Saúde, através da Coordenação Estadual de Saúde Mental, intensifica ações para ampliação de uma rede de serviços que atendam os usuários com sofrimento mental decorrentes do uso do crack, álcool e outras drogas. Na Paraíba, o dependente químico pode contar com a Unidade de Saúde da Família, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família, o SAMU, além dos serviços específicos da Rede de Atenção Psicossocial para o atendimento, como: Consultório na Rua, Caps AD e AD III, Caps I e II, Caps Infantojuvenil, Unidades de Acolhimento Adulto ou Infantojuvenil, Pronto Atendimento Psiquiátrico, Leitos de Saúde Mental em Hospital Geral e Internação em Hospital Psiquiátrico.

Pelo menos 64 comunidades terapêuticas foram mapeadas na Paraíba e estão cadastradas no Programa Estadual de Políticas sobre Drogas (PEPD), que é vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano. As comunidades terapêuticas são instituições privadas, sem fins lucrativos e financiadas, em parte, pelo poder público. Elas oferecem acolhimento para os dependentes químicos que desejam e necessitam de um espaço protegido para auxiliar na recuperação da dependência à droga.

Prima resgata jovens com vulnerabilidade social no Estado

O Projeto de Inclusão Social através da Música e das Artes (Prima) é também considerado como uma ação de resgate de jovens com histórico de drogas. Em torno de cinco mil alunos passaram pelo projeto desde sua implantação e segundo revela o coordenador pedagógico do programa, Kleiton D’Araújo, 80% dos alunos de todos os 11 Polos viviam em situação de vulnerabilidade social.

Kleiton D’Araújo, que também atua, no programa, como professor e coordenador do Polo de Mandacaru, relata o caso de uma aluna, que ele considera como um dos mais marcantes em termos de resgate das drogas e da marginalização. “Tem o caso de uma menina que não pode ser identificada, porque ela é de um abrigo, cuja mãe era do tráfico de drogas em Mandacaru e colocava os filhos para a prostituição. Essa criança cresceu desde os 11 meses nos abrigos e aos 13 anos passou a frequentar o Prima. Ela tem uma irmã que fugiu do abrigo e outro irmão que foi preso por estar envolvido no tráfico de drogas”, complementa.

O professor acrescenta que a equipe do Prima conseguiu administrar a vida da menina, como um verdadeiro resgate, porque ela era uma criança problema na escola, tinha notas baixas, era superagressiva, não sabia estudar. “Após a entrada dela no Prima, em maio do ano passado, para estudar violoncelo, ela passou a apresentar um comportamento totalmente diferente do que tinha, chegando ao ponto de, ainda no ano passado, em dezembro, a professora de matemática dela me procurar e me dar um abraço em agradecimento pela mudança que o projeto fez em sua aluna”, ressalta.

Ele conta que a aluna simplesmente saiu da média 4 para uma média 8, isso em matemática, uma disciplina considerada difícil para muitos alunos. “A professora fez questão de ressaltar que isso foi por conta da participação da garota no Prima, porque ela passou a se vestir melhor, a se comportar melhor, e hoje tem objetivo na vida, já que ela leva muitas vezes o instrumento musical para a escola, com a finalidade de estudá-lo nos intervalos. A menina sabe que não pode continuar como aluno do Prima, quem esteja com rendimento baixo na escola regular e isso estimula para que aprenda a amar um instrumento musical”, acrescenta.

Implantado pelo Governo do Estado em 2012, o Prima tem polos em João Pessoa (Alto do Mateus, Mandacaru e Bairro dos Novais), Cabedelo, Bayeux, Santa Rita, Campina Grande, Guarabira, Patos, Cajazeiras, Catolé do Rocha e Itaporanga. Ao todo, hoje o programa tem 11 polos no Estado, e a previsão é abrir mais cinco polos, no ano que vem. “Atendemos de 150 a 250 alunos em cada polo, e já estamos enviando alunos, todos os anos, para o Festival Internacional de Música de Santa Catarina (Femusc). Temos cinco alunos do projeto na Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba, já ganhando seu dinheiro e com instrumentos difíceis, como a trompa, o oboé e o violoncelo. Os alunos estão entrando no mercado de trabalho em curto prazo, de dois a quatro anos de estudo”, conclui.

Crianças e adolescentes são orientados a dizer não às drogas

Mais de 185.500 crianças, jovens e pais. Este é o universo dos beneficiários do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), desenvolvido pela Polícia Militar da Paraíba, em todo o Estado. O programa já esteve em 130 municípios e já recebeu a adesão de mais de 1.200 escolas, entre públicas e privadas. Porém, a maioria, mais de 90%, são públicas.

Atualmente, em torno de 160 instrutores qualificados e em atividade no programa, aplicam os currículos do Proerd em todo o Estado. Só no primeiro semestre foram atendidas aproximadamente 20 mil crianças. Segundo informações repassadas pela tenente Dayana Pereira, que está respondendo pela coordenadoria do Proerd, o objetivo do programa é ensinar aos alunos como manter-se longe das drogas e da violência. “Trata-se de um trabalho de prevenção primária, ou seja, adotamos ações para antes da criança ter contato com as drogas e, neste sentido, temos trabalhado a qualidade e continuidade do Proerd nas escolas e bairros, tentando atender as escolas em todas as suas turmas”, acrescenta.

O Programa é pedagogicamente estruturado para possibilitar a aplicação de atividades em sala de aula, onde a criança é levada a se posicionar, a saber analisar riscos e consequências, além de avaliar suas decisões. Os instrutores são policiais militares fardados e preparados para trabalhar com os currículos do Proerd.

“Trabalhamos a comunicação eficiente e o processo decisório com as crianças, através do nosso modelo de decisão. Temos um currículo que vai do pré-escolar ao quinto ano do ensino fundamental. Daí pulamos para o sétimo ano e temos um outro currículo que é para os pais, denominado “Proerd Pais ou Responsáveis”, ou seja, também podem participar dos cursos avós, tios, ou qualquer adulto que seja responsável por uma criança”, detalha.

Dayana explica que as pessoas são capacitadas para atuar em processo decisório, com ferramentas para evitar o contato com as drogas e com a violência. Em junho deste ano, o programa completa um ano de atuação numa modalidade nova de policiamento chamada Ronda Proerd. Essa ronda alia os preceitos de policiamento comunitário com a metodologia do Proerd. “Estamos hoje em nove bairros da Capital, atendendo 64 escolas, onde nossos policiais vão em viaturas, até as escolas, ministrar aulas, e acabam participando do dia a dia da comunidade escolar, oferecendo um certo aporte de segurança, o que tem resultado no empoderamento dos diretores para exercerem suas funções. Os nove bairros são Mangabeira, Bancários, Valentina, Monsenhor Magno, Jardim Planalto, Oitizeiro, Novais, Planalto Boa Esperança e Paratibe”, conclui.

Como aderir – As escolas que desejarem receber o Proerd podem fazer o requerimento através dos Conselhos Regionais de Ensino Municipal ou Estadual (no caso das escolas públicas) ou diretamente ao programa, por meio de ofício ao Comando Geral, localizado no Centro de João Pessoa. Mais informações podem ser obtidas através do telefone 3262-3580 e 3218.5967, ou pelo e-mail proerdparaiba@gmail.com.

Governo favorece ações preventivas

Uma gestão que se preocupa em querer ter um olhar diferente para o problema das drogas e oferecer uma plataforma favorável às ações preventivas ao vício e de assistência aos dependentes químicos. Essa é a concepção do pastor Túllio Polari Leitão, gestor do Programa Estadual de Políticas sobre Drogas (PEPD), acerca do trabalho intersetorial antidrogas desenvolvido pelo Governo Ricardo Coutinho.

“A gente ainda tem mais três anos de governo e tudo que foi feito até hoje é infinitamente mais do que já foi feito em qualquer outro tempo, em qualquer outra gestão. A política sobre drogas encontrou um campo favorável para suas ações”, reitera Túllio Polari.

O Programa Estadual de Políticas sobre Drogas, vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano, trabalha em parceria intersetorial com outras secretarias do Governo do Estado, como a Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer, Secretaria da Segurança e Defesa Social, Secretaria do Planejamento, Secretaria da Saúde, Detran, entre outros órgãos. “Também trabalhamos de forma intersetorial com os municípios”, acrescenta o gestor do programa.

O PEPD trabalha 12 contratos com comunidades terapêuticas, provenientes de convênios com a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad), que têm como objetivo atender dependentes químicos com a disponibilização de 233 leitos. Ao todo, a Paraíba tem 64 comunidades terapêuticas cadastradas no programa.

Túllio Polari explica que para ter acesso a esse benefício, a família do dependente químico deve procurar diretamente a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano ou ligar para o número 98820.3488 para melhores informações e, dependendo do caso em questão, pode até ser atendida prontamente. “Algumas vagas são disponibilizadas mediante a natureza do dependente químico. Atualmente, por exemplo, não temos vagas para viciados em crack, mas temos para problemas com álcool e tabagismo. Então, dependendo da necessidade do usuário, temos a vaga sendo ofertada para ele”, detalha.

Todo processo de desintoxicação dura nove meses, tempo da internação nas comunidades terapêuticas, que são espaços rurais. Em alguns casos, há pacientes que até precisam de mais tempo. “As comunidades terapêuticas não podem ser urbanas, porque a gente precisa tirar o paciente de perto de qualquer tipo de acesso à droga, ou até mesmo do envolvimento com questões familiares. Algumas dessas comunidades terapêuticas ficam no Conde, Alhandra, Santa Rita, Campina Grande e em outras localidades do interior da Paraíba. O tratamento de homens e mulheres são completamente distintos, não podem estar juntos numa mesma comunidade terapêutica”, esclarece.

Saúde prioriza acolhimento e assistência

As ações do Governo do Estado no campo da assistência aos dependentes químicos do crack, álcool e outras drogas, e a outros usuários com sofrimento mental, têm como foco atual o tratamento regionalizado, ou seja, o paciente pode ser atendido na região onde mora, evitando o desgaste do deslocamento, o acúmulo de atendimentos na Capital e principalmente, valorizando e preservando os vínculos locais, familiares, sociais e comunitários de cada usuário.

Neste sentido, a Paraíba dispõe hoje de uma rede que vem se ampliando. De modo geral, o Estado organiza a política de saúde mental, objetivando a expansão quantitativa e qualitativa da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), apoiando os municípios, oferecendo mediação junto ao Ministério da Saúde, no que se refere às solicitações de pedidos de novos serviços, acompanhamento às implantações e habilitações, além de orientar e fiscalizar o bom funcionamento dos mesmos.

Qualificação – Na opinião da coordenadora Estadual de Saúde Mental, Shirlene Queiroz de Lima, além da abertura de serviços, a qualificação dos trabalhadores é imprescindível. “Em 2014, o Projeto Caminhos do Cuidado – realizado em parceria com o Ministério da Saúde, qualificou os Agentes Comunitários de Saúde e pelo menos um auxiliar ou técnico de enfermagem por cada equipe de Saúde da Família, em todo estado. Esses profissionais receberam informações sobre os melhores procedimentos e as práticas mais eficientes para o atendimento aos usuários de drogas, visando sempre à redução de danos. Na Paraíba, foram qualificados aproximadamente 10 mil profissionais da atenção básica”, lembra.

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEE), retomou, no último mês de março, a capacitação de profissionais da saúde e educação para a implantação do Programa #TamoJunto. O Projeto de prevenção ao uso de álcool, tabaco e outras drogas nas escolas foi implantado em 2014, em parceria com o Ministério da Saúde, em oito instituições públicas de ensino, na Capital.

O #Tamojunto promove discussões entre alunos de 10 a 14 anos de idade, com linguagem descontraída e acessível, abordando diversos assuntos e situações que podem levar crianças e adolescentes a usar drogas. Por meio das atividades e debates dirigidos por professores dentro das salas de aula, o programa fortalece os fatores de proteção, como bem estar psicológico e bom relacionamento com os pais, que tornam os alunos menos vulneráveis ao uso de drogas e a outros comportamentos negativos. No corrente ano, o programa está sendo ampliado para 16 outras escolas estaduais.

Serviços disponíveis: Caps realizam atendimentos em todo o Estado

Com equipes que realizam atividades de forma itinerante às demandas das pessoas em situação de rua, o Consultório na Rua é um dos serviços que fazem parte da Rede de Atenção Psicossocial. Na Paraíba, tanto João Pessoa, quanto Campina Grande dispõem deste serviço, que é municipalizado.

Já os CAPS AD e AD III são serviços específicos para o cuidado, atenção integral e continuada. Em João Pessoa, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS AD III – álcool e drogas) Jovem Cidadão, pertencente à rede estadual de saúde, é um serviço de referência para todo Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, e disponibiliza assistência aos usuários de João Pessoa e outras cidades do Estado. O CAPS Jovem Cidadão está localizado na Rua Sinésio Guimarães, 163 – Bairro da Torre, em João Pessoa. O telefone é (083) 3218-5902.

Além de João Pessoa, os municípios de Mamanguape, Sapé, Campina Grande, Pombal, Piancó e Princesa Isabel dispõem de CAPS AD III – 24h. Já Cabedelo, Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira, Patos, Sousa, possuem CAPS AD. Tem também o CAPS I e II, que são serviços implantados nos municípios de menor porte – dependendo do número de habitantes – que além dos demais usuários portadores de transtorno mental, também atendem os dependentes químicos sem o regime de acolhimento 24h. Pelo menos 62 municípios dispõem atualmente de CAPS I. Os municípios de Bayeux, Cabedelo, Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira, Patos, Pombal, Santa Rita e Sapé dispõem de CAPS II.

O CAPS Infantojuvenil é mais um serviço de atenção diária. Ele é destinado especificamente ao atendimento de crianças e adolescentes. Funciona de segunda à sexta, no horário diurno, podendo ser de responsabilidade do município ou da região que atende. Cajazeiras, Campina Grande, com dois serviços, João Pessoa, no bairro do Roger, Mataraca, Patos, Pombal, Piancó, Princesa Isabel, Sapé e Sousa dispõem desse serviço.

Os municípios de João Pessoa, Princesa Isabel e Sapé dispõem de Unidades de Acolhimento Adulto ou Infantojuvenil, que oferecem acolhimento voluntário e cuidados contínuos para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, em situação de vulnerabilidade social e familiar e que demandem acompanhamento terapêutico e protetivo.

A população também pode dispor do Pronto Atendimento Psiquiátrico, um serviço de urgência e emergência que funciona diariamente durante 24 horas e conta com o apoio de leitos de observação para até 72 horas, com equipe multiprofissional. Na Paraíba esse serviço é oferecido em João Pessoa, no Complexo Hospitalar de Mangabeira, através do pronto Atendimento em Saúde Mental – PASM que atende a população de Bayeux, Cabedelo, João Pessoa e Santa Rita e no Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, através do Espaço de Atenção à Crise – EAC, que atende aos demais municípios do Estado.

A Internação em Hospital Psiquiátrico é outro serviço que funciona na Clínica Dr. Maia e no Hospital Dr. Edgley, em Campina Grande, e no Hospital Regional Wenceslau Lopes, em Piancó, que oferecem tratamento hospitalar especializado em Saúde Mental para casos graves relacionados aos transtornos mentais e ao uso de álcool, crack e outras drogas, em especial de abstinências e intoxicações severas.

Em João Pessoa, o serviço é ofertado no Espaço Inocêncio Poggi, que funciona dentro do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira e no Instituto de Psiquiatria da Paraíba. O Espaço Inocêncio Poggi dispõe de enfermaria destinada ao tratamento de desintoxicação de dependentes químicos por uso abusivo e compulsivo do álcool e de drogas ilícitas. São 25 leitos que permitem a internação de pacientes dos sexos feminino e masculino por um período máximo de 30 dias.

A diretora técnica do Complexo, a psiquiatra Marinalva de Sena Brandão, explica que se o paciente for de João Pessoa, Bayeux, Santa Rita e Cabedelo, para ter acesso ao serviço, ele ou a família, deve primeiro procurar o Pronto Atendimento em Saúde Mental (Pasm), de Mangabeira. “Lá, a equipe de atendimento verifica aonde existe vaga em hospital para dependente químico. Se o paciente for do interior pode vir diretamente para o Juliano Moreira. Se aqui não tiver vaga, a gente regula para o Instituto de Psiquiatria da Paraíba”, orienta.

Especialista diz como lidar com o dependente químico

Um grave problema que afeta a sociedade atual é o uso de drogas, assunto que tem motivado debates e mobilizado autoridades, especialistas e a população em geral. A droga atinge em todos os sentidos do indivíduo, seja na parte física, social ou psicológica.

Começa atingindo a parte social, com pequenos atritos na rua e envolvimento com a polícia. A relação em casa começa a ficar ruim, surgem as brigas e a desarmonia familiar, diminuem as notas na escola. Em seguida vem as doenças associadas às drogas, desde as respiratórias e sanguíneas, até casos de surtos psicóticos pelo uso continuado da substância, além dos prejuízos na área física que vão, desde acidente, pelo fato das pessoas estarem sob efeito de drogas, até doenças tipo cirroses, câncer nas vias respiratórias e doenças psiquiátricas como esquizofrenia, que são bem frequentes também nos usuários de drogas.

Segundo comenta Deusimar Guedes, que é advogado e psicólogo com vasta experiência no combate e prevenção às drogas, pode-se dizer que a droga termina atingindo o organismo do usuário como um todo, a sua família e a sociedade. Enfim, é uma substancia que só danos traz à sociedade. “A primeira coisa que a droga prejudica no usuário é a relação familiar, depois a relação com a escola, com o trabalho e a relação social. Começa com brigas nas ruas, pequenos furtos e até mesmo prisão e, por último, é que vai ao organismo”, detalha.

Deusimar explica que não existe idade certa para fazer prevenção às drogas, mas é quando vai chegando na adolescência, com um despertar maior da curiosidade, que os pais devem intensificar as conversas sobre as drogas ilícitas, porque o jovem já tem um censo critico mais aguçado. “É importante falar sempre com informações científicas e precisas, mostrando exemplos, exatamente para que o adolescente vá acumulando as informações de que aquilo não é bom e que pode levar para um caminho que, na maioria das vezes, ou é cadeia, hospital, ou cemitério”, enfatiza.

O psicólogo orienta os pais sobre os primeiros sinais que os filhos passam apresentar ao se envolverem com as drogas. “É preciso observar quando o jovem muda de comportamento. Geralmente, ele começa a trocar o dia pela noite, a mudar o grupo de amigos, se torna mais agressivo, começa a faltar a escola e as notas começam a cair. Enfim, há uma mudança brusca de comportamento. Para ajudar esse jovem, caso ele esteja usando drogas, os pais devem se aproximar, procurar conversar mais e saber o que está acontecendo”, acrescenta.

O especialista explica que a questão droga sempre pede uma conversa franca, sincera, aberta, principalmente por parte dos pais, educadores e especialistas em comportamento. “O diálogo ainda é a arma mais eficiente em relação ao uso indevido de drogas. É um pouco mais demorado o tratamento, mas é eficiente”, assegura.

Ele prevê que a tendência do consumo de drogas é aumentar. “No mundo capitalista, o consumo, seja de drogas lícitas ou de drogas ilícitas, dá lucro. As drogas mais comuns, como a cocaína e a maconha, estão sendo substituídas por drogas sintéticas como Ecstasy, LSD, NBOMe e Cristal, mais lucrativas para os traficantes e mais nocivas ao usuário. São drogas fáceis de serem adquiridas, porque são fabricadas em laboratório e ocupam pouco espaço, sendo fáceis de transportar e difíceis de fiscalizar”, observa.

Famílias também são assistidas nos programas

Na Paraíba, diversas instituições trabalham na prevenção, recuperação e reinserção social e familiar do dependente químico de álcool e de outras drogas. Uma das instituições que acolhe, apoia e orienta as famílias do dependente químico é a ONG Amor Exigente, coordenada por Tânia Toscano, que se reúne toda a sexta-feira, às 19h, na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Miramar, em frente ao Clube Cabo Branco. “Quando alguém se envolve com as drogas, a sua família passa a ser co-dependente, ou seja, se essa família não for acolhida, apoiada e orientada, ao invés de ajudar o dependente, às vezes ela o afunda mais, porque não sabe lidar com a problemática”, comenta Tânia Toscano.

Ela revela que nesse trabalho de apoio às famílias já vivenciou casos de sucessos e de fracasso na luta contra as drogas. Um deles, foi quando recebeu, no grupo de apoio, um pai desesperado que havia descoberto que seu filho de 19 anos estava totalmente dependente de drogas. Esse pai era adepto do bom diálogo, mas isso não estava sendo suficiente. “Orientamos esse pai a adotar a internação compulsória de seu filho e, hoje, o rapaz, totalmente recuperado, coordena grupos de narcóticos anônimos e trabalha. O pai continua frequentando o grupo e defendendo nossas propostas”, conclui.

A ONG Amor Exigente, com 20 anos de atuação em João Pessoa, presta assistência a uma mãe que está perto dos 80 anos. O filho dela tem mais de 50 anos e já coleciona mais de 15 internações em comunidades terapêuticas. “A mãe interna o filho, ele fica meses internado, mas quando sai da clínica, volta às ruas, vira flanelinha. Quando ele está muito mal, ela vai lá, pega e interna novamente. Só que ele avisa logo: “quando eu sair, vou usar” e assim faz. É um caso perdido e deve durar até ele morrer”, relata.

Serviços
I – GRUPOS DE AJUDA-MÚTUA:

1- Amor Exigente
Contato: Tânia – Fone: (83) 8899-1025
2- AA – Alcoólicos Anônimos
Contato: (83) 3222-4557
3- Pastoral da Sobriedade
Contato: Guia e Cícero – (83) 3513-8184 / 8898-3410 / 3224-6637
4- Esperança Viva
Contatos: Júnior ou Rosário – (83) 3244-0770 / 9603-3030
5- NA – Narcóticos Anônimos
Contatos: Alexandro – (83) 8870-6342

II – COMUNIDADES TERAPÊUTICAS:

1- Fazenda da Esperança
Fazenda Pe. Ibiapina (Masculina)
Fazenda N. Senhora da Guia (Feminina)
Contatos: Júnior ou Rosário – (83) 3244-0770 / 9603-3030
2- Cidade Viva
Contatos: (83) 3041-7471 – João Pessoa – PB
3- Amigos Leão de Judá
Contatos: Pr. Marcos e Pr. Francisco – (83) 8869-2088 / 9134-9699
4- Comunidade Terapêutica Sal & Luz
Contato: Pr. Rômulo Pinheiro – (83) 9700-0185
5- Fazenda do Sol
Contato: (83) 3337-1264 / 3338-2737
6 – Comunidade Filhos da Misericórdia
Contato: (83) 9953 2503

III – REDE DE SAÚDE MENTAL:

1- Caps Jovem Cidadão
Contatos: (83) 3218-5244
2- COMPLEXO PSIQUIÁTRICO JULIANO MOREIRA
Contatos: (83) 3218-7575 / 3218-7563
Email: julianomoreirapb@hotmail.com
3- CASA DE SAÚDE SÃO PEDRO
Contatos: (83) 3224-6935 / 3224-6936
Email: casadesaudesaopedro@gmail.com
4- INSTITUTO DE PSIQUIATRIA DA PARAÍBA
Contatos: (83)3241-5831

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