Orquidário traz mudas de orquídeas da Tailândia em garrafas de uísque
Não é à toa que elas encantam milhões de pessoas em todo o mundo. As orquídeas são bonitas e delicadas.
O Nosso Campo visitou um orquidário em Várzea Paulista (SP) que tem cerca de 200 mil mudas de diferentes espécies. Nem sempre o consumidor tem noção do trabalho que dá até a planta ficar pronta para a venda.
Muitas plantas percorrem uma longa distância: cerca de 16 mil quilômetros desde a Tailândia. Arthur D’Andrea Calore é o responsável técnico pelo orquidário e explica que isso é uma necessidade em função das técnicas de reprodução dominadas pelos tailandeses. A logística garante mais agilidade e plantas mais padronizadas.
Levando em conta os trâmites burocráticos, do embarque na Ásia até a chegada em Várzea Paulista, é uma viagem de mais ou menos uma semana. A orquídea é transportada dentro de garrafas de uísque.
Cada recipiente traz de 40 a 45 mudas de orquídeas. São 50 mil garrafas por ano, o que significa mais de duas milhões de mudas de múltiplas variedades. Quase sempre, os embriões foram desenvolvidos no Brasil e mandados para a reprodução na Tailândia. Uma garrafa com as mudas é vendida no Brasil em torno de R$ 100.
O orquidófilo Gilberto Calore conta que, durante o transporte, a planta respira graças a uma abertura na rolha da garrafa. Há a aplicação de fungicida e bactericida para evitar contaminação.

Orquidário traz mudas de orquídeas da Tailândia em garrafas de uísque
Saindo da garrafa, as orquídeas vão para uma estufa. A taxa de sobrevivência é alta devido à qualidade, padrão e tamanho das mudas. Elas são vendidas para outros produtores depois de seis meses, quando estão formadas e com o sistema radicular desenvolvido. Arthur diz que por volta de 50% das orquídeas comercializadas no Brasil são originárias da Tailândia.
Embora a maior parte das orquídeas venha de fora, muitas plantas são também desenvolvidas em laboratórios no Brasil. O trabalho de pesquisa é fundamental para conseguir uma produção comercial.
A técnica em laboratório Vera Lúcia D’Andrea Calore diz que é possível escolher espécies que despertam interesse no mercado do Brasil. Por volta de cinco mil mudas saem do laboratório por mês depois de inúmeros cruzamentos.
Em outro orquidário em Várzea Paulista, onde há 250 mil plantas, Ivan Leonardo Todaro mantém um trabalho constante em busca de plantas mais bonitas e especiais. Ele faz a clonagem de plantas, o que exige bastante tempo.
Só na parte do laboratório, a orquídea fica dois anos. Até florir são mais quatro ou cinco anos. É um esforço voltado sempre para agradar os admiradores da planta. Há uma preocupação com tamanho, formato da flor, cores e perfume.