Operação barra roubo de madeira em terra indígena que era vendida no exterior
Uma operação da Polícia Federal (PF) foi iniciada na última quarta-feira (4) com o objetivo de combater fraudes no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais do Estado do Pará (Sisflora-PA) e roubo de madeira na Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca. A medida cumpre 27 mandados expedidos pela Justiça Federal de Altamira, no Pará: 10 de condução coercitiva, 11 de sequestro de bens e valores e 6 de busca e apreensão.
Também foi determinada a suspensão das atividades empresariais realizadas pelos investigados. Laudo pericial aponta que o dano ambiental causado pelos infratores é estimado em R$ 897 milhões.
Além da extração ilegal de madeira, os infratores fraudavam o Sisflora-PA por meio de Planos de Manejo Florestal Sustentável de fachada. “De acordo com a PF, um grupo empresarial familiar controlava um esquema de fraude completo, que começava no roubo de madeira da TI, passava pela “lavagem” do produto, até o escoamento para o mercado internacional”, conta o Greenpeace.
A produção saía do Brasil pelos portos de Belém, Itajaí e Paranaguá para países americanos (Estados Unidos, Panamá e Argentina), europeus (França, Reino Unido e Alemanha) e asiáticos (Emirados Árabes e Coreia do Sul).
Desde 2014 o Greenpeace vem denunciando estes tipos de fraude nos sistemas de licenciamento, controle e transporte de madeira na Amazônia, como pode ser visto no relatório “Crise Silenciosa na Amazônia: Licença para lavar garantida”, de 2015.