De acordo com um comunicado da agência espacial americana, o gelo pode ter ressurgido do interior do satélite natural; debaixo de sua crosta gelada, Encélado possui um oceano que provavelmente é aquecido e agitado por fontes hidrotermais como as que existem no fundo dos mares da Terra.
A nova descoberta foi possível graças ao Espectrômetro de Mapeamento Visual e Infravermelho (VIMS, na sigla em ingllês) da Cassini, que coletou a luz refletida de Saturno, dos seus anéis e de suas dez principais luas geladas e a separou em diferentes comprimentos de onda, o que permitiu que os pesquisadores analisassem a composição dos materiais que a refletiam.
Com essas informações e as imagens capturadas pela Cassini, foi possível fazer um novo mapa espectral da Encélado. Ele mostra que sinais infravermelhos no hemisfério norte da lua se relacionam com o lançamento de nuvens de grãos de gelo e de vapor que já havia sido identificado no polo sul dela, onde a superfície apresenta “listras de tigre”.

“O infravermelho nos mostra que a superfície do polo sul é jovem – o que não é surpresa, porque sabíamos dos jatos de material gelado que são lançados ali”, disse Gabriel Tobie, cientista do VIMS da Universidade de Nantes na França e coautor da nova pesquisa, que foi publicada no Icarus. “Agora, graças a esses olhos infravermelhos, você pode voltar no tempo e dizer que uma grande região no hemisfério norte também parece jovem e provavelmente estava ativa há pouco tempo, em linhas de tempo geológicas.”
A Cassini foi enviada ao espaço em 1997, e entrou em órbita de Saturno em 2004. Sua missão foi encerrada em setembro de 2017, quando a Nasa lançou a espaçonave na atmosfera de Saturno.