Mais de três bilhões de animais morreram em incêndios que atingiram a Austrália

Um novo relatório divulgado ontem (28) estima que cerca de três bilhões de animais morreram ou foram deslocados (perderam seus habitats) em razão dos grandes e devastadores incêndios que assolaram a Austrália entre os últimos meses de 2019 e os primeiros de 2020 no que é considerado “um dos piores desastres da vida selvagem da história moderna”.

O estudo reuniu cientistas de várias universidades australianas e aponta que o impacto das chamas atingiu 143 milhões de mamíferos, 2,46 bilhões de répteis, 180 milhões de pássaros e 51 milhões de sapos. Não há dados precisos sobre o número de animais mortos, mas o relatório indica que mesmo os sobreviventes têm poucas expectativas devido à falta de abrigo e alimento.

Os incêndios destruíram mais de 115 mil quilômetros quadrados de florestas e bosques nativos. Mais de 30 pessoas morreram e milhares de casas foram consumidas pelas chamas. Foi a temporada de incêndios florestais mais longa dos últimos anos e cientistas acreditam que o episódio tem uma ligação intrínseca com as mudanças climáticas, que se agravam diariamente.

Um estudo anterior, feito em janeiro, estimou que os incêndios tinham causado a morte de um bilhão de animais. Os estados mais afetados foram New South Wales e Victoria, mas a nova pesquisa abrange todas as zonas de incêndio do país. Os resultados do estudo ainda estão sendo processados e o relatório final será divulgado no final de agosto.

Devastação

A situação dos coalas, um dos animais mais populares do país, atraiu a atenção da mídia internacional. Estima-se que mais de metade da população da espécie tenha sucumbido ao desastre ambiental. Um relatório do governo publicado no início desse ano aponta que mais de 100 espécies de plantas e animais e perderam seus habitats devido ao incêndio.

Especialistas alertam que o aumento da temperatura do planeta está aumentando os verões da Austrália e os tornando cada vez mais perigosos, com invernos mais curtos, dificultando a realização de trabalhos de prevenção de incêndios florestais.

O relatório divulgado ontem foi elaborado por cientistas da Universidade de Sydney, Universidade de New South Wales, Universidade de Newcastle, Universidade Charles Sturt e do grupo de conservação BirdLife Austrália.

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