Estudante do Pará transforma restos de Miriti em ração para animais

Maurício Pantoja, um estudante de Abaetetuba, descobriu que poderia reaproveitar os frutos e caroços do Miriti, uma árvore muito comum no Nordeste do Brasil, para produzir ração para animais. A ideia é tão boa que foi parar em um feira de ciência e tecnologia nos Estados Unidos.

Até quatro ano atrás, quando começou o projeto, a matéria-prima que envolve o caroço do Miriti ia para o lixo. Observando que os porcos consumiam o alimento, Maurício pensou em transformar tudo aquilo em farelo, que serve de ração para animais. Mas, para isso, ele precisava de um laboratório com os equipamentos necessários. Os primeiros experimentos, porém, foram feitos em casa mesmo.

— A gente pegava o liquidificador e triturava. A gente chegou a queimar três liquidificadores para chegar ao processo ideal de produzir em pequena quantidade para análise, para saber se aquilo realmente ia funcionar ou não — conta o estudante.

Quem deu a maior força foi o professor de Matemática Gilberto Silva. Ele coordena um projeto que estimula o interesse pela ciência entre estudantes de escolas públicas e particulares. Foi o próprio professor quem conseguiu, no ano passado, a parceria com o Instituto Federal do Pará, em Abaetetuba, para apoiar a pesquisa de Maurício.

No laboratório, a bucha vai para um estufa, e, depois de triturada, vira ração para alimentar os peixes que são criados em cativeiro. O objetivo é saber quais os benefícios para os animais, uma vez que o farelo possui muitos nutrientes. Com o avanço dos estudos, surgiu a ideia de aproveitar também o caroço do Miriti.

Rico em carbono, foi só transformar o caroço em carvão ativado, um filtro vegetal. Os resíduos possuem substâncias que, quando manipuladas quimicamente, ajudam a purificar a água para o consumo. Além de tudo, o sistema é barato. De tão interessante, o projeto foi selecionado para participar de uma feira de ciências e tecnologia, uma das mais importantes do mundo, nos Estados Unidos.

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