Crejoá é uma das aves mais belas do Brasil e está ameaçada de extinção

23 de dezembro de 2017

Espécie considerada rara possui uma plumagem exuberante e é encontrada principalmente no Sul da Bahia.

Qual é a ave mais bela do Brasil? É difícil medir o nível de beleza diante de tanta diversidade, colorido e perfeição que encontramos em muitas espécies que ocorrem no País. Mas sem dúvida, o crejoá estaria no topo deste ranking. Com as cores marcantes, o azul-cobalto predominante e o peito púrpuro escuro, esta ave de 20 centímetros rouba a cena com uma simples aparição.

Além dos tons vivos, a exuberância da plumagem do crejoá destaca o colar azul em meio ao peito rouxinol. Mas este traje marcante e característico é exclusivo dos machos adultos da espécie. As fêmeas são mais discretas e vestem uma plumagem parda e escamosa.

A espécie pertence à família Cotingidae, considerada uma das mais famosas famílias sul-americanas por causa da beleza das penas. É comparada ainda às magníficas aves-do-paraíso que são encontradas na Austrália.

Jovem do crejoá apresenta uma plumagem semelhante a fêmea (Foto: Jaílson Souza)

em florestas tropicais úmidas de baixa altitude e está entre as aves mais ameaçadas de extinção da Mata Atlântica. Espécie silenciosa, raramente pode ser observada vocalizando. É encontrada principalmente no Sul da Bahia, já foi extinta do Rio de Janeiro e acredita-se que ainda existam poucos indivíduos no extremo leste de Minas Gerais e no Parque Estadual do Rio Doce.

A dieta da espécie consiste principalmente de frutos. No período de reprodução, o crejoá constrói na copa das árvores um ninho com gravetos em formato de uma pequena cesta. A fêmea é responsável pela construção do ninho e pela incubação dos filhotes.

Uma curiosidade é que todos os parentes mais próximos do crejoá vivem na Amazônia. Esse fato revela a antiga ligação que existia entre Amazônia e Mata Atlântica em períodos climáticos mais úmidos.

Quanto vale a beleza? Há relatos em que os índios trocavam entre si a plumagem do crejoá por até dois escravos, pois o adereço tinha um valor significativo para adorno.