Com “Arca de Noé” moderna, cientistas buscam proteger animais da extinção pelo calor nos EUA

Mais de um milhão de plantas e animais em todo o mundo enfrentam o perigo da extinção devido à perda de habitat, mudanças climáticas e outros fatores relacionados à atividade humana – e essa perda alarmante de biodiversidade está acelerando. Para combater isso, conservacionistas e biólogos na Califórnia, nos Estados Unidos, identificaram espécies em perigo potencial, incluindo muitos ícones das terras selvagens do estado, e decidiram se mobilizar na tentativa de salvá-las.

Agora, um verão no Hemisfério Norte marcado por incêndios devastadores, seca e calor está novamente levando algumas espécies à beira da extinção. Por isso, biólogos, instituições de pesquisa, organizações de conservação e zoológicos identificaram urgência em agir para salvar as espécies mais ameaçadas com uma campanha de translocações de emergência, programas de reprodução em cativeiro e bancos de sementes. Alguns compararam o esforço a uma Arca de Noé dos dias modernos, conforme o Los Angeles Times.

“Não consigo pensar em um único ecossistema terrestre que não esteja sendo estressado até os limites de sua tolerância fisiológica agora”, disse Dan Cooper, biólogo consultor e especialista em plantas e animais do Condado de Los Angeles, ao jornal americano.

Um exemplo de mobilização está nas botânicas Naomi Fraga e Maria Jesus. Antes do nascer do sol, elas colocaram suas mochilas e abriram caminho através de uma superfície quebradiça no canto mais quente do deserto de Mojave com a missão de resgatar uma pequena planta à beira da extinção.

Uma década atrás, a Bacia do Rio Amargosa, a leste do Parque Nacional do Vale da Morte, era um vasto pântano lamacento salpicado com milhões de Amargosa niterwort, uma erva que cresce apenas nesse local e que os cientistas chamam de Nitrophila mohavensis. Hoje, a espécie diminuiu para um total menos de 150 mil, e a maioria das plantas que ainda brotam desse local parou de produzir sementes viáveis ​​- vítimas estressadas da diminuição das chuvas, aumento da temperatura e perda de água subterrânea devido ao bombeamento.

As botânicas decidiram coletar sementes para lacrá-las dentro de pacotes de papel alumínio e levar a armazenamento nos freezers do California Seed Bank, uma organização sem fins lucrativos que serve como um dos braços dessa “Arca de Noé” moderna.

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