Aquecimento global está destruindo artes rupestres de dezenas de milhares de anos
Danos graves foram causados à medida que a erosão, os incêndios, as inundações e os ciclones aumentam de intensidade
Artes rupestres que duraram dezenas de milhares de anos estão sendo destruídas pela crise climática em questão de poucos anos. Erosão costeira, incêndios, inundações e ciclones estão entre os eventos climáticos extremos ocasionados pelo aquecimento global e que estão estão gerando graves danos a essas artes, segundo arqueólogos e historiadores.
Segundo especialistas que participaram de um simpósio da Flinders University, a arte rupestre é frequentemente pintada em arenito, que suga muita água. O calor dos incêndios expande a água, “explodindo” a rocha. Uma série de fatores ambientais e humanos já estavam degradando a arte rupestre, mas a crise climática age como a “cereja do bolo” que “provavelmente vai levar isso ao limite”, apontam os pesquisadores.
De acordo com o The Guardian, uma cientista arqueológica da Griffith University, a dra. Jillian Huntley, descobriu que cristais de sal estão colapsando rochas com as pinturas mais antigas do mundo, à medida que os cristais se expandem e contraem com as variações no clima. Segundo Huntley, o efeito de cristalização está sendo acelerado pelas mudanças climáticas, disse ela, que é pior nos trópicos.
“Esses aumentos de temperatura são sentidos a uma taxa três vezes maior que o resto do mundo”, disse ela ao Guardian. “Um aquecimento de 2,4°C seria um aquecimento de 6°C nos trópicos, o que seria absolutamente catastrófico. Não podemos olhar para zero emissões líquidas de carbono para 2050, precisamos ser Net zero o mais rápido possível.”